Paddy Cosgrave decidiu transferir a seu Web Summit para Lisboa por várias razões: a falta de apoio do governo irlandês, as tarifas abusivas dos hotéis e os problemas do wifi.
O último problema causou uma pequena polémica na abertura. Mas, fora isso, tem funcionado e a rede wifi recebeu até elogios do fundador da conferência.
O jornal irlandês The Irish Independent fez notícia disso, por mais caricato que possa parecer. Mas não é assim tão estranho. É que, nos sete anos de existência da Web Summit, a internet tem sido um problema.
No mesmo jornal, falam da dor que cada notícia do Web Summit provoca aos irlandeses abandonados. E as notícias têm sido muitas na imprensa irlandesa. Mas o The Irish Times concede que,”embora possa ser doloroso para a Irlanda admiti-lo, a mudança da Web Summit para Portugal pode ter sido a melhor coisa para o evento”.
O diário não ignora o incidente com o wifi no primeiro dia, mas diz também que é difícil encontrar algo para criticar nesta edição da Web Summit. Elogia o clima soalheiro de Lisboa e a rede de transportes, particularmente o metro.
O La Tribune francês e o El País espanhol destacam a capacidade de Portugal em ter conseguido que a Web Summit decorresse em Lisboa, até 2018.
O primeiro escreve que “Lisboa é uma cidade acessível, tem uma boa rede hoteleira e beneficia da reputação de ser uma cidade segura”, e acredita que essas características pesaram muito na escolha em detrimento de Paris, Londres ou Amesterdão.
O El País conta que Paddy Cosgrave se apaixonou pela capital portuguesa quando o irmão se mudou de Berlim para Lisboa. Destaca o ativismo português na conquista da Web Summit e destaca Paulo Portas – que ofereceu a Cosgrave 3,9 milhões de euros, muito mais do que os 700 mil euros oferecidos pelo governo Irlandês.
O The Guardian escreveu um artigo sobre as razões para Lisboa se tornar a próxima capital tecnológica. E são várias: “as rendas baratas, um cenário próspero para a cultura, níveis ridículos de sol e uma alta qualidade de vida.”
O jornal inglês diz que o lucro que Portugal vai receber com esta semana não se reflete apenas em euros – 200 milhões previstos –, mas também em reputação, que pode ser tão ou mais valiosa.