“Como é que isto é possível?” Questionaram-se muitos dos cerca de 220 funcionários da Strasserbau, uma empresa de construção de Winhöring, no sul da Alemanha. Ora, Tavus Qurban chegou em 2010 à Alemanha como refugiado vindo do Afeganistão e trabalha desde 2002 na firma. E agora as autoridades germânicas quere mandá-lo embora. A autorização para que ele possa continuar a trabalhar no país expira este sábado, 1, e não será prolongado porque o seu pedido de asilo foi recusado.
Numa altura em que a chanceler alemã chega a ser acusada de demasiado generosa em matéria de políticas de acolhimento de refugiados, as autoridades pretendem que este em concreto regresse ao seu país de origem onde ele pode correr risco de vida.
Por “incompreensão relativamente a esta decisão”, a empresa e os seus trabalhadores anunciaram, através de um comunicado de imprensa, um protesto de “solidariedade para com o colega refugiado”. E pararam o trabalho entre as 10 hora e o meio dia de sexta-feira em todas as obras daquela construtora.
Além do comunicado, a empresa partilhou a história do seu trabalhador afegão na sua página do Facebook denunciando o caso.
“Há anos que a Strasser cumpre, enquanto empresa, com a sua responsabilidade social ajudando e integrando refugiados. É incompreensível para todos na empresa que Tavus Qurban não seja autorizado a trabalhar mais, agora que tudo está a correr bem e que ele se encontra totalmente integrado”.
O pedreiro afegão é, segundo a Strasser um sujeito empenhado e sempre disposto a trabalhar que se integrou bem, aprendendo alemão com grande dedicação.
Mais: o afegão não viveu à custa de ninguém. Trabalhou, pagou a sua renda, contribuiu com os seus descontos para o fisco e para a segurança social.
Tavus deixou de compreender o mundo. Deseja ficar na Alemanha, por ter sido ali que encontrou trabalho e um futuro. Para o Afeganistão é que ele não quer regressar nunca mais. Não tem ninguém que o prenda lá porque toda a sua família já fugiu do país.