À décima oitava vez, o anúncio recaiu sobre a colheita de 2008. O vinho tinto de excelência do Douro, criado por Fernando Nicolau de Almeida na Quinta do Vale Meão, em 1952, tem na vindima de 2008 a sua terceira declaração desde o início deste século, com a assinatura de Luís Sottomayor, diretor de enologia da Casa Ferreirinha (Sogrape). Nos 64 anos de história do Barca Velha, esta é a 18ª colheita a ser declarada excecional, estando previsto que as 18 mil garrafas produzidas cheguem ao mercado em outubro, a um preço por enquanto desconhecido.
Declarado apenas em anos de excelência, o que faz dele um dos mais raros e dispendiosos vinhos de mesa nacionais, o Barca Velha é produzido com uvas selecionadas de diferentes altitudes na região do Douro Superior, atualmente com origem nos 160 hectares de vinha da Quinta da Leda.
O enólogo Luís Sottomayor criou anteriormente, em 2008 o Barca Velha 2000 e, em 2012, o Barca Velha 2004. Esta última colheita está à venda em casas especializadas por um preço que ronda os 400 euros por garrafa – valor que poderá servir de referência às novas garrafas.
Ainda pela mão de Luís Sottomayor, foram lançados os Reserva Especial 2001 e 2003, como é hábito em anos considerados muito bons, embora não excecionais. Por regra, a declaração de um Barca Velha pode demorar entre seis a oito anos.
Nos 64 anos de história que o Barca Velha já leva, foram reconhecidas 18 colheitas: 1952, 1953, 1954, 1957, 1964, 1965, 1966 e 1978 por Fernando Nicolau de Almeida, 1981, 1982, 1983, 1985, 1991, 1995 e 1999 por José Maria Soares Franco e 2000, 2004 e 2008 por Luís Sottomayor (que integrou a equipa de enologia dos antecessores).
“Os grandes vinhos revelam-se logo à nascença, mas os vinhos superiores, aqueles que ficam para escrever e contar histórias, esses precisam de provar que merecem um lugar na garrafeira e passar o teste do tempo”, comentou o enólogo Luís Sottomayor a propósito do anúncio do Barca Velha 2008.