Segundo um comunicado divulgado na página da internet da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, “esta solução foi já comunicada ao Banco Central Europeu e ao Banco de Portugal e encontra-se vertida num conjunto de documentos contratuais que serão apresentados aos órgãos competentes nos próximos dias”.
Já esta manhã, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou a suspensão da negociação das ações do BPI na bolsa portuguesa “até à divulgação de informação relevante”.
Desde há algumas semanas que o espanhol Caixabank, com 44,10% do capital social do Banco Português de Investimento (BPI), e a ‘holding’ Santoro, da empresária angolana Isabel dos Santos, com 18,58%, estavam em negociações para desbloquear o impasse neste assunto, depois de várias soluções que falharam, devido a divergências entre as partes.
Os principais acionistas do BPI tinham até hoje para chegar a um acordo que cumprisse o prazo estipulado pelo Banco Central Europeu (BCE) para o banco reduzir o excesso de exposição a Angola.
Este acordo era necessário uma vez que o BCE considera Angola como um dos países que não têm uma regulação e supervisão semelhante às existentes na União Europeia, pelo que o BPI tinha de ajustar a sua exposição naquele mercado.
A operação em Angola é a ‘joia da coroa’ do BPI: em 2015, mais de 50% do lucro do banco veio do país africano, ou seja, 135,7 milhões de euros de um total de 236,4 milhões.
Se não houvesse acordo até hoje, o BPI seria multado pelo BCE, pagando coimas diárias, até que chegasse a uma solução que cumprisse as exigências do banco central.
com Lusa