A 17 de Junho, o país acordava com a notícia de mais deligências no âmbito das investigações à queda do BES e do Grupo Espírito Santo. Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires e José Manuel Espírito Santo foram três dos alvos que viram os seus bens móveis – como mobílias, carros, ouro e obras de arte – arrestados. Em Maio, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que conduz estes processos, também já tinha ordenado o arresto preventivo de bens imóveis de pessoas e empresas relacionadas com o Universo Espírito Santo.
Agora, o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu que os bens móveis de Morais Pires não podem mais estar arrestados. Os desembargadores concordaram com o argumento da defesa do ex-director financeiro do BES, a cargo do advogado Raúl Soares da Veiga: o juiz Carlos Alexandre não podia ordenar o arresto de bens de quem ainda não era arguido no processo. A notícia do levantamento do arresto foi avançada pela TVI e confirmada pela VISÃO. A VISÃO confirmou ainda que neste caso os bens que terão de ser devolvidos a Morais Pires são apenas os bens móveis, pois era sobre eles que visava o recurso apresentado pela defesa. Os bens imóveis permanecerão arrestados.
A VISÃO apurou ainda que Amílcar Morais Pires, que chefiava o Departamento Financeiro de Mercados e Estudos (DFME) do BES e era apontado como o braço-direito de Ricardo Salgado, já é arguido no caso BES/GES. Mas essa constituição de arguido só aconteceu recentemente.
O procurador titular do inquérito tem agora apenas a possibilidade de recorrer desta decisão para o Tribunal Constitucional.