O governo grego comprometeu-se esta terça-feira perante os seus parceiros a apresentar dentro de dois dias uma proposta de programa “convincente”, anunciou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no final de uma cimeira da zona euro, realizada hoje em Bruxelas.
Em conferência de imprensa, Passos Coelho indicou que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, além de se ter comprometido a formalizar na quarta-feira um pedido de ajuda, também apresentará, até quinta-feira, as suas propostas de reformas para tentar convencer os parceiros europeus a concordar com um terceiro “resgate”.
O primeiro-ministro observou que, face à situação de emergência a que a Grécia chegou, o novo programa de reformas terá que ser forçosamente “mais ambicioso” do que se exigia há alguns meses, da mesma forma que as necessidades financeiras associadas a um terceiro programa de assistência – que Passos Coelho frisou que terá que ser o último – são também maiores do que eram anteriormente.
O primeiro-ministro sublinhou ainda a urgência de um acordo com Atenas, afirmando que se “até final da semana não for possível chegar a um entendimento”, a Grécia e a zona euro “têm que se preparar para o pior”.
Falando numa conferência de imprensa no final de uma cimeira da zona euro, Pedro Passos Coelho disse esperar “que haja desenvolvimentos positivos nos próximos dias”, mas admitiu que se não for possível fechar um acordo até domingo, será necessário preparar outros cenários, embora referindo que hoje não foi discutida a saída da Grécia da zona euro.
Os 28 Estados que integram a União Europeia vão reunir-se no domingo numa cimeira “decisiva” para debater a crise na Grécia, anunciou o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, após uma encontro de emergência dos líderes da zona euro.
“Eu espero e acredito que uma solução definitiva para a Grécia será possível no domingo”, disse Renzi aos jornalistas.
O líder do PS, António Costa, já tinha avançado a informação de que estava previsto para domingo um “novo Conselho Europeu” sobre a questão da Grécia.
Obama cada vez mais preocupado
A preocupação dos EUA com a situação na Grécia está a crescer, com telefonemas permanentes para os líderes europeus e gregos, perante as implicações geopolíticas da rutura das negociações e a eventual aproximação de Atenas a Moscovo ou Pequim.
O Presidente Barack Obama e o seu secretário do Tesouro, Jack Lew, admitiram estar a seguir “de perto” a evolução da crise, com numerosas chamadas telefónicas para líderes europeus, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de Estado francês, François Hollande, ou o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
Hoje mesmo, Obama falou com o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e com Merkel, quando os líderes da Zona Euro esperam uma proposta para um terceiro resgate da parte do executivo de Atenas.