O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho garante que existe uma verba excedente de cerca de dois mil milhões de euros para “pagamentos à economia”.
Numa entrevista ao jornal Público, Passos Coelho explicou que o défice deste ano “não estará em causa devido a transferência dos fundos de pensões da banca”, sublinhando “algo de muito positivo relacionado com essa transferência: existe uma verba de cerca de dois mil milhões de euros” para “pagamentos à economia”.
Mais tarde, explicou que os dois mil milhões de euros do fundo de pensões da banca que o Governo vai injetar na economia são para pagar dívidas, melhorando a situação das empresas e a liquidez dos bancos.
“Os dois mil milhões retirados do fundo de transferências de pensões da banca serão injetados na economia através de um processo de regularização de pagamentos de dívidas que o próprio Estado tem”, explicou Pedro Passos Coelho.
O primeiro ministro falava aos jornalistas no final da sessão evocativa em memória de Francisco Sá Carneiro, no Porto, esclarecendo que o pagamento de dívidas do Estado às empresas permitirá que estas paguem aos bancos e que “essa liquidez bancária” fique “disponível para poder ser recirculada”.
Na entrevista ao público, disse ter como objetivo, em duas legislaturas, “pelo menos, reduzir a despesa pública — com qualidade, serviço social, preocupação social — a um nível não superior a 42-40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)”.
PS: “Havia margem para não cortar subsídio de Natal.”
A referência do primeiro-ministro a um “excedente de dois mil milhões de euros” prova que “havia margem para não cortar metade do subsídio de Natal este ano”, disse hoje à Lusa o deputado socialista Miguel Laranjeiro.
Para o deputado do PS eleito por Braga, esta frase prova que “neste Natal, os portugueses só vão ter meio subsídio por opção exclusivamente política do Governo, sem necessidade do ponto de vista financeiro, e com consequências gravosas” para a economia.