Os investidores nos Estados Unidos, regressados de um fim-de-semana de 3 dias (pela celebração do feriado do 4 de Julho), colocaram (por agora) de parte os receios relativos ao risco e compraram acções em cada um dos dias da semana. Os “bulls” (na terminologia dos mercados financeiros, touros = optimistas) voltaram a tomar conta das operações na semana, tendo elevado o índice Dow Jones novamente acima da barreira dos 10.000 pontos. Os analistas defendem porém que prevalece entre os investidores um sentimento de apreensão, dominado pelos receios de que a economia americana possa mergulhar novamente em recessão. O mercado é assim dominado por uma dicotomia entre aqueles que acreditam que as acções se encontram baratas, na sequência das quedas verificadas ao longo dos 2 últimos meses e uma outra facção de investidores que espera um abrandamento na economia, o que os leva a assumir uma postura mais conservadora. Na semana passada foram divulgados poucos indicadores económicos, merecendo referência apenas o índice ISM da manufactura para Junho, que registou uma ligeira queda face ao mês precedente e o dado semanal relativo aos pedidos de subsídio de desemprego, que apresentou uma quebra superior ao esperado, dado bem recebido pelos investidores.
Os principais índices accionistas do “Velho Continente” seguiram a tendência dos seus congéneres americanos, registando subidas em 4 sessões consecutivas e tendo alcançado valorizações superiores a 6% (no caso do FTSE e CAC) e 4% no caso do DAX. Os mercados beneficiaram da ausência de surpresas do Banco Central Europeu e Banco de Inglaterra, que reuniram na passada semana e deram as respectivas indicações da política monetária, que deverá continuar acomodativa (taxas de juro baixas), e da previsão optimista do FMI relativamente ao crescimento económico. Na habitual conferência de imprensa que se segue à reunião do Conselho Governativo do BCE, Jean Claude Trichet exprimiu um optimismo cauteloso de que a crise da dívida soberana está a diminuir e que a economia na Zona Euro está a crescer a um ritmo mais elevado do que o esperado.
Os índices asiáticos não destoaram, seguindo a tendência de subida verificada a ocidente, tendo os principais índices de acções acumulado ganhos em torno dos 4% na semana. O Shangai Composite, índice de referência das acções na China, e que tem sido o benchmark com pior performance em 2010 (-25%), valorizou na semana 3,7%. De referir ainda a subida inesperada das taxas de juro levada a cabo pelo Banco Central da Coreia, a qual foi bem recebida pelo mercado.