Em artigo escrito em exclusivo para a VISÃO desta quinta-feira, 22, Miguel Cadilhe faz uma análise do PEC com 12 “puxões de orelha” ao governo e considera que vai “contra a corrente do que deveria ser” e fica “muito aquém do desejável” para uma boa sustentabilidade das finanças públicas.
Para o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, o PEC é “omisso em várias das grandes questões nacionais que requerem reformas de fundo. É parco e timorato do lado da despesa pública. E porque assim é, tem de ser mais gravoso do lado da carga fiscal”.
Algumas citações:
Parcerias Público-Privadas: “As parcerias-público privadas a que o Estado está já vinculado arrastarão pesados encargos no horizonte pós-2013”.
Peso do sector público: “Não se vê no PEC como eliminar despesismos e encerrar serviços, gabinetes, observatórios, comissões e comissários, governos civis, unidades disto e daquilo que proliferam na administração central ou se entrelaçam nas equipas ministeriais, estas por sua vez despudoradamente desproporcionadas”.
Privatizações: “O PEC inclui a alienação de activos de difícil venda ou de preço diminuto, ou mesmo zero”.
Carga fiscal: “O PEC é gravoso na carga fiscal”.
Euro: “Temos uma moeda demasiado forte para a nossa economia e a nossa competitividade. todavia, sair do euro não seria solução, seria problema”.