O tribunal confirmou também como gestor da insolvência o advogado Michael Jaffé, que até agora era o gestor provisório, disse a mesma fonte.
Entretanto, cerca de 90 por cento dos quatro mil trabalhadores da Qimonda na fábrica-mãe, em Dresden, e na sede, em Munique, tiveram hoje o último dia de trabalho nas actuais instalações, antes de transitarem para outra sociedade, até se encontrar um novo investidor.
As verbas para financiar a nova sociedade de transferência serão financiadas pelo fundo de desemprego, acrescido por um empréstimo de 21 milhões de euros contraído pelo gestor judicial, Michale Jaffé, e por um subsídio de seis a oito milhões de euros do principal accionista, a Infineon.
O dinheiro chegará, em princípio, para pagar entre 70 e 75 por cento dos salários brutos à grande maioria dos quatro mil trabalhaodres da Qimonda de Dresden e de Munique durante um período máximo de quatro meses e meio, disse um porta-voz de Jaffé.
Sem a transferência para outra sociedade, seria imposssível continuar a pagar aos trabalhadores, que teriam de ser despedidos, porque as verbas públicas concedidas durante o período de falência provisória caducaram a 31 de Março, explicou ainda.
Além disso, teria de ser interrompida a procura de um novo investidor, porque a situação seria demasiado incerta, alegou também o porta-voz do gestor judicial.
A produção de chips de memória na fábrica de Dresden entrou hoje em “stand-by”, e permanecerão nas instalações entre 300 e 500 trabalhadores, para garantir, se necessário, o reatamento imediato do processo de fabrico, como foi anteriormente anunciado.
A Qimonda já confirmou o interesse da empresa estatal chinesa Inspur, e também da Taiwan Memory Company, mas o gestor judicial tem sublinhado que os contactos “estão apenas em fase inicial”.
A imprensa alemã falou também do interesse do consórcio estatal russo Angstre, até agora não confirmado pelo gestor da falência.
Se surgir novo investidor, Portugal poderá participar na sucessora da Qimonda com 14 por cento do capital, desde que salvaguardados mais de mil postos de trabalho na fábrica de Vila do Conde, como disse na semana passada o presidente do AICEP, Basílio Horta.
O Estado da Saxónia, onde está a fábrica de Dresden, já sinalizou igualmente que poderá adquirir uma quota de 25 por cento mais uma acção, o que lhe daria uma minoria de bloqueio. Para isso, no entanto, exige que a maioria do capital fique em mãos privadas e haja um plano concreto de negócios.
Os credores da Qimonda, por sua vez, poderiam assumir 15 por cento do capital da futura empresa, que seria o derradeiro fabricante europeu de semicondutores.