“Notícias manifestamente exageradas.” Rosa Mota recorre à famosa citação de Mark Twain para caracterizar algumas das informações das últimas semanas sobre a gravidade do seu estado de saúde, agora que está de volta a casa, após ter recebido alta hospitalar.
Através de uma mensagem escrita, a campeã olímpica da maratona nos Jogos de Seul, em 1988, informa que irá “começar lenta, mas progressivamente, a tentar normalizar” a sua condição de saúde, aproveitando para agradecer a todos os profissionais que a “ajudaram a ultrapassar o grave problema” com que se debateu nas últimas semanas.
Embora a situação “pudesse ter tido consequências muito sérias, incluindo a morte”, a histórica atleta portuguesa, hoje com 66 anos, esclarece que nunca esteve com prognóstico muito reservado, como chegou a ser referido, “e muito menos ‘a lutar entre a vida e a morte’”, lamentando não ter conseguido impedir o exagero com que “vários canais de televisão” abordaram o seu internamento hospitalar.
“Nunca teve nada a ver com o coração e muito menos fui operada ao coração”, detalha, acrescentando que só foi operada “uma vez” e não foi de urgência, mas sim “programada”, tanto que deu entrada “no dia anterior à cirurgia”.
O problema que a afetou, clarifica ainda Rosa Mota, para desfazer equívocos vindos a público, designa-se disseção da aorta – e não aneurisma da aorta -, uma lesão na parede interna da artéria aorta, e “o período de maior insegurança foi entre o diagnóstico feito num hospital privado”, a 4 de janeiro, “e a saída dos cuidados intensivos”, dois dias mais tarde, durante o primeiro internamento.
A atleta, que ainda se mantém no ativo e continua a bater recordes, desmente que tenha sentido uma dor intensa quando o problema surgiu, no dia 31 de dezembro de 2024, minutos antes de partir para a São Silvestre de Madrid e não durante a corrida, conforme chegou a ser noticiado. Desta forma, também esclarece que essa ocorrência não sucedeu, como também chegou a ser publicado, após a participação na São Silvestre de Lisboa, realizada duas semanas antes.
“Quero agradecer à ciência e a todos os que nos hospitais e serviços vários por onde passei me ajudaram a ultrapassar o grave problema que tive”, sublinha ainda, na mesma mensagem escrita, aquela que continua a ser considerada a melhor maratonista de todos os tempos e que foi a primeira mulher portuguesa a ganhar uma medalha em Jogos Olímpicos.
Rosa Mota anuncia alta hospitalar e manifesta-se contra as notícias exageradas acerca do seu estado de saúde

A campeã olímpica da maratona, em Seul 1988, informou que está de volta a casa e desmente que tenha estado entre a vida e a morte, apesar de reconhecer a gravidade do problema