Distribuído por quatro vetores – desportivo, social, económico e territorial -, o documento expõe as 300 medidas apresentadas rumo ao quadriénio 2024-2028 pelo empresário, que recolheu assinaturas para voltar a concorrer à presidência do vice-campeão nacional de futebol, após já ter sido derrotado por Jorge Nuno Pinto da Costa no último ato eleitoral.
Nuno Lobo propõe como política desportiva do FC Porto a aposta na formação em cada escalão, ao apelar à criação de protocolos com clubes nacionais e internacionais para a captação e retenção de jovens talentos, enquadrados pela edificação de uma academia.
Entregando a liderança da estrutura do futebol ao presidente, que pode delegar poderes em áreas específicas, o candidato quer manter Sérgio Conceição no comando técnico da equipa principal e negociar junto da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia a aquisição definitiva dos terrenos do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival.
Nuno Lobo deixa igualmente alguns contributos globais para o futebol nacional, tais como a profissionalização do setor da arbitragem – que possa estar estruturado num organismo independente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) -, a publicitação dos relatórios dos observadores dos árbitros ou o aparecimento de uma sede conjunta e de uma escola formativa de grupos organizados de adeptos (GOA), usualmente designados de claques.
Sob o lema ‘FC Porto líder do seu próprio destino’, o empresário reitera a importância do equilíbrio financeiro da SAD, seguido de resultados positivos relevantes, que possibilitem encurtar o passivo, cobrir o prejuízo acumulado e inverter os capitais próprios negativos.
O clube garantirá a posse e o controlo das empresas participadas com relevância para a SAD, cujos administradores vão ter tetos salariais aprovados em Assembleia Geral pelos associados e determinados em função de ganhos, bem como uma limitação de prémios.
A venda dos direitos de designação do Estádio do Dragão, do pavilhão Dragão Arena, do centro de estágios do Olival ou do Campo da Constituição surge como veículo de atração de investimentos para o FC Porto, que visa reforçar a sua marca através de uma política expansionista de ‘merchandising’, da modernização tecnológica na experiência oferecida ao público nos próprios recintos e de novos elos junto de parceiros, adeptos e da cidade.
Nuno Lobo ambiciona também chegar aos 300.000 sócios efetivos num prazo máximo de cinco anos e pugna por um autossustentável ecletismo ‘azul e branco’, que mantenha as atuais modalidades, institua o futebol feminino e o futsal, procure celebrar protocolos para fundar o padel e o ténis, e avalie a viabilidade de novos projetos no ciclismo e no voleibol.
A construção de um centro de alto rendimento dedicado ao atletismo e de uma casa e de uma academia para as modalidades completa os planos do empresário, terceiro e último candidato mais votado nas derradeiras eleições, em junho de 2020, ao somar 4,91% das preferências, atrás de Pinto da Costa (68,65%) e do jurista José Fernando Rio (26,44%).
O próximo ato eleitoral do FC Porto deve ser marcado para abril pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG), José Lourenço Pinto, tendo, para já, a concorrência das listas lideradas por Nuno Lobo e por André Villas-Boas, vencedor de quatro troféus no comando técnico da equipa de futebol dos ‘dragões’ em 2010/11, que vai apresentar a sua candidatura na quarta-feira.
Pinto da Costa, de 86 anos, ainda não revelou se concorrerá a um 16.º mandato seguido, numa fase em que é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, tendo sido eleito pela primeira vez como 33.º presidente da história do clube em abril de 1982.
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