A iniciativa ligada à Páscoa, que tem génese na tradição cristã e que é dramatizada num evento popular para marcar o fecho de um ciclo e início de um novo, já foi, na edição de 2020, transmitido nas redes sociais, devido à pandemia da covid-19.
Para este ano, os organizadores mantêm a vertente digital, mas pretendem complementá-la com o envolvimento da população, convidado os vila-condense a juntarem-se à iniciativa, criando o seu próprio “Judas no Quintal” e cumprindo o ritual, à devida escala, nas varandas, terraços e quintais, podendo, depois, partilhar vídeos e fotos.
“Queremos que haja um maior envolvimento comunitário, numa verdadeira cocriação coletiva, transmitida para todo o mundo, promovendo a tradição da ‘Queima do Judas’ de Vila do Conde e a própria identidade cultural da cidade”, explicou Pedro Correia, diretor artístico do evento organizado pela Associação Cultural Nuvem Voadora.
A programação do evento já começou a 12 de março, com conferências e vídeos performativos de homenagem ao poeta local António Ramalho, com a participação de vários músicos e autores, mas terá o seu ponto alto a 03 de abril, véspera de Páscoa, com a leitura do testamento e queima do Judas.
A performance, que tradicionalmente é um espetáculo de rua, será este ano apenas acessível ao público através da internet, nas redes sociais, mas em cinco locais de Vila do Conde será instalada uma escultura do “Boneco do Judas”.
Também a 03 de abril, será apresentada uma recriação de uma radionovela que irá envolver coletividades do concelho, atores e músicos, numa narrativa teatral sonora, em tom de sátira humorística, uma das características da ‘Queima do Judas de Vila’ do Conde.
Todo o evento, produzido pela Associação Cultural Nuvem Voadora, tem apoio da Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Vila do Conde, sendo que esta será a sua 16.ª edição.
JPYG // ACG