Na passada terça-feira, 8 de agosto, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou que os filmes devem corresponder a determinados critérios de inclusão das minorias de modo a poderem concorrer ao Óscar de Melhor Filme.
A medida em questão foi sugerida pela Aperture 2025 , uma iniciativa cujo objetivo é “encorajar a representação equitativa dentro e fora dos ecrãs”, abordando temáticas como o género, orientação sexual, raça, etnia e deficiência.
A Academia estabeleceu, então, quatro amplos critérios de representação: no ecrã, entre a equipa técnica, no estúdio e em oportunidades de aprendizagem e progressão de carreira. De modo a ser digno do Óscar de Melhor Filme, os filmes concorrentes terão, então, de corresponder a dois dos quatro critérios criados pela Academia.
Quais são os critérios de representação?
Cada critério possui subcategorias detalhadas. Para atender ao critério de representação no ecrã, um filme deve ter pelo menos uma personagem principal ou secundária pertencente a um grupo racial ou étnico subrepresentado. Além disso, pelo menos 30% dos papéis secundários devem ser atribuídos a minorias. A história principal do filme deve, ainda, ser sobre um dos grupos subrepresentados que, segundo a Academia, citada pela Hollywood Reporter, inclui mulheres, pessoas LGBTQ+ ou pessoas com capacidades cognitivas reduzidas.
O segundo critério de representação tem que ver com as pessoas envolvidas na criação do filme e na organização da equipa técnica. Para atender a este padrão, um filme deve ter, pelo menos, dois cargos de liderança ou chefes de departamento de grupos subrepresentados, ou pelo menos de um grupo racial ou étnico subrepresentado. Além disso, pelo menos seis outros membros da equipa técnica devem, também, fazer parte de grupos raciais ou étnicos subrepresentados.
Já a terceira categoria tem a ver com a aposta em estágios renumerados e oportunidades de aprendizagem e de progressão na carreira para as minorias.
Por fim, a quarta categoria diz respeito à composição das equipas de marketing, publicidade e distribuição que devem, também, envolver indivíduos pertencentes a minorias.
Estas novas regras entrarão em vigor a partir de 2024, sendo que as edições dos Óscares de 2021 a 2023 ainda não vão obrigar os participantes a cumpri-las. No entanto, terão de submeter um relatório de inclusão para que um filme possa concorrer à maior cerimónia de entrega de prémios do cinema. A decisão foi tomada cinco anos após a controvérsia do polémico movimento “#OscarsSoWhite”.