Chama-se “Querido, reorganizei a colecção… por artista. Cartazes da Colecção Lempert” e é a primeira amostra do acervo privado com 15 mil peças que constitui a Colecção Lempert, dedicada aos cartazes assinados por artistas plásticos. O plano é que, até 2018, sejam mostradas mais quatro exposições dedicadas a este tema, no espaço da Culturgest, que revelarão um “segredo bem guardado”. O curador Miguel Wandschneider trabalhou o material encontrado em condições pristinas, diz, durante quatro anos. E lançou uma interrogação: “Por que carga de água tantos artistas fizeram os seus próprios cartazes de exposições?”
A resposta passa por aqui: “Os artistas não queriam entregar este trabalho aos designers. Queriam fazer as suas decisões estéticas, controlar as representações sobre o seu trabalho, e estes cartazes têm um carácter análogo à obra.” Das obras tipográficas às colagens, à pintura, ao desenho ou à fotografia, é possível observar um tesouro documental de posters, cartazes-convite e outras variantes, criados por 17 artistas, compreendidos entre o modernismo e a contemporaneidade. Alguns fogem inclusivamente ao propósito efémero de publicitar a exposição: há posters para músicos, para campanhas ou partidos políticos, para efemérides mais particulares…
Sem preocupações cronológicas mas estabelecendo narrativas, ressonâncias, ecos, a exposição mostra “uma viagem extraordinária, pela porta do cavalo, pela arte dos últimos 50/60 anos, e pelo percurso dos próprios artistas”, sublinha Wandschneider. Andy Warhol, Robert Rauschenberg, Jean Dubuffet Dieter Roth, Claes Oldenburg, Richard Hamilton, Lawrence Weiner, Sol LeWitt, Dan Flavin, são alguns dos nomes escolhidos para este primeiro capítulo.
“Querido, reorganizei a colecção… por artista. Cartazes da Colecção Lempert” estará patente nas Galerias 1 e 2 da Culturgest, em Lisboa, até 15 março, de segunda a sexta-feira, entre as 11h e as 19h e ao fim de semana, entre as 14h e as 20h. Veja, em cima, alguns dos exemplares.