Oscar à vista? À VISÃO o ator diz que não perde tempo a pensar nisso: está mais concentrado em trabalhar muito para poder dizer, um dia, que conseguiu chegar ao nível daqueles que mais admira na história do cinema. Na pele de J. Edgar Hoover, deu mais um passo, sem medo, com muita convicção e… um beijo noutro ator.
Depois de Martin Scorsese, Steven Spielberg, Ridley Scott e Woody Allen, continuava a faltar um nome grande na lista. Agora, já não. Com J. Edgar (estreia-se em Portugal no próximo dia 26), Leonardo Di Caprio já pode falar de Clint Eastwood com conhecimento de causa. E fala, explicando porque foi uma experiência exigente mas também gratificante.
O realizador desafiou-o a representar o mesmo personagem dos 24 aos 77 anos, com a mesma intensidade e respeito pelos factos históricos. Mas mais do que o retrato do homem que fundou e comandou o FBI durante quase cinco décadas, muitas vezes à margem da própria lei, era a sua personalidade complexa que mais importava ao realizador. E Di Caprio respondeu com uma profunda imersão na história pública e privada de J. Edgar Hoover: estudou o mais que pôde para nos mostrar que, por detrás do diretor implacável de uma das forças policiais mais poderosas do mundo, estava, afinal, um homem inseguro e reprimido, talvez homossexual, provavelmente infeliz. Uma figura de grandes paradoxos e, por isso, fascinante. Para (re)descobrir nas salas de cinema.