1929
A 19 de Outubro nasce Raul Augusto Almeida Solnado, em Lisboa. A mãe falecerá pouco depois, o pai (dono de uma loja de vassouras e pincéis na rua da Esperança) dar-lhe-á uma madrasta pouco carinhosa.
1947
Começa a fazer teatro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, profissionalizando-se em 1952.
1953
Estreia-se na sua primeira revista, Canta Lisboa, ao lado de Laura Alves, a 14 de Fevereiro. Torna-se, desde logo, uma “fábrica de fazer rir”, nas suas palavras. No mesmo ano entra em Viva o Luxo e Ela não Gostava do Patrão. O teatro de revista terá nele uma figura de destaque nos anos seguintes.
1956
Casa com a actriz brasileira Joselita Alvarenga, de quem terá dois filhos, Zé Renato e Alexandra. O casamento durará doze anos. Raul ainda casará depois com a dinamarquesa Anne Louise, mãe do seu terceiro filho Mikkel, e viverá com Teresa Pinto Coelho e Leonor Xavier. Desta teia familiar, surgem os dois netos, Gabriel e a actriz Joana Solnado.
1962
Com a edição, em Abril, do EP onde grava A Guerra de 1908, inicia uma carreira discográfica onde conquista vários sucessos: as rábulas O Cabeleireiro de Senhoras, Chamada para Washington, A Bombeiral da Moda ou Ida ao Médico são exemplos. O disco bate todos os recordes de vendas.
Vence, no mesmo ano, o Prémio de Imprensa para melhor actor de cinema.
1963
Faz teleteatro no Brasil e na RTP.
1964
Como empresário, torna-se fundador e director do Teatro Villaret, até 1970. A estreia dá-se em 1965 com O Impostor-Geral, peça da qual é protagonista. Nesse ano, Solnado e Mariema recebem os Prémios de Imprensa, para melhores actores de teatro de revista.
1969
É gravado, a 24 de Março, o primeiro programa do Zip-Zip. A última emissão foi no dia 29 de Dezembro do mesmo ano. Da autoria de Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz, o programa torna-se um dos marcos da história da televisão portuguesa
1977
O concurso A Visita da Cornélia marca o seu regresso aos ecrãs da televisão.
1987
Interpreta a personagem principal do filme A Balada da Praia dos Cães, realizado por José Fonseca e Costa, uma adaptação do romance de José Cardoso Pires.
1988
Sobe pela primeira vez ao palco do Teatro Nacional D. Maria II, com a peça O Fidalgo Aprendiz, de D. Francisco Manuel de Melo, numa encenação de Varela Silva. Em 1992 tem uma passagem pelo São Carlos, na opereta O Morcego, de Johann Strauss, e em 1994 regressa ao D. Maria II, desta feita com a peça As Fúrias, de Agustina Bessa-Luís.
1991
Publica a sua autobiografia – A Vida Não Se Perdeu. Uma reedição em 2003 é feita na Oficina do Livro.
1993
Ao lado de Eunice Muñoz, participa na telenovela portuguesa A Banqueira do Povo, realizada por Walter Avancini.
1999
Funda a Casa do Artista. Até ao seu falecimento, Raul Solnado manteve o cargo de director desta instituição a que para sempre ficará ligada o seu nome, assim como o de Armando Cortez e o de Octávio Clérigo.
2000
Em Março, realiza-se em Tondela uma homenagem, organizada pelo grupo Trigo Limpo ACERT, que foi acompanhada por uma exposição biográfica sobre o actor, baseada no livro de Leonor Xavier, Raul Solnado – A Vida Não Se Perdeu.
2001
Volta aos palcos do teatro com um papel de grande relevo na peça O Magnífico Reitor, de Freitas do Amaral Esta foi a sua última peça de teatro, onde contracenou com Ana Bustorf e Rui Mendes.
Recebe, no mesmo ano, o Prémio Carreira Luíz Vaz de Camões.
2002
Estreia o Conversas à Solta a 10 de Janeiro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossul – o mesmo espaço que assinalou a sua estreia, ainda como amador. O mote é “contar as histórias da história do teatro, conversando”. A 9 de Dezembro é homenageado no Teatro Tivoli.
2004
Recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa e, a 10 de Junho, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pelas mãos do Presidente Jorge Sampaio.
2009
Grava o seu último trabalho para a televisão: As Divinas Comédias, uma série de quatro programas produzida pelas Produções Fictícias, para a RTP 1, apresentada por Bruno Nogueira e pelo próprio Solnado – uma conjugação das mais jovem e a mais antiga gerações do humor em Portugal.
Falece a 8 de Agosto, vítima de doença cardiovascular. Será para sempre um ícone do povo português e de Portugal.