Os trabalhadores da Trust in News, reunidos em plenário no dia 18 de novembro de 2024, apelam ao apoio de toda sociedade, incluindo de potenciais investidores dispostos a ajudar a preservar títulos de informação relevantes e a garantir os postos de trabalho.
Os trabalhadores da Trust in News (TiN) não vão baixar os braços e decidiram tornar pública a sua luta face ao imobilismo da administração, ao aumento da dívida, ao perpetuar dos salários em atraso, ao chumbo do Processo Especial de Revitalização (PER) e à iminente insolvência. Apesar da sua dedicação e profissionalismo, os trabalhadores da TiN veem cada vez mais ameaçadas marcas históricas do jornalismo português, pilares da democracia.
Reunidos em plenário, no dia 18 de novembro de 2024, os trabalhadores decidiram, por unanimidade, apelar aos leitores, aos anunciantes e a potenciais investidores que ajudem a manter os títulos jornalísticos da TiN e a salvar os postos de trabalho.
Os trabalhadores solicitam também ao acionista e administrador da TiN, Luís Delgado, o pagamento da totalidade dos salários e subsídios em atraso (alguns salários de setembro, salários de outubro, subsídios de férias, cinco subsídios de alimentação e outras remunerações) e a partilha, com caráter de urgência, de toda a informação disponível sobre o projeto de recuperação da empresa que pretende apresentar aos credores, no seguimento do pedido de insolvência por recuperação.
Os trabalhadores decidiram ainda agendar ações de protesto para sensibilizar a sociedade civil e o poder político para as dificuldades que enfrentam todos os dias e para a importância de salvar todos os títulos.
Os trabalhadores da Trust in News nunca baixaram os braços. Nem quando os salários chegaram atrasados, mês após mês, desde novembro de 2023. Nem quando os subsídios de alimentação e de férias não chegaram. Nunca baixaram os braços, mesmo quando viram dezenas de camaradas, colegas e amigos saírem, desgastados pela incerteza e pela ansiedade que uma situação destas provoca. Nem quando as revistas perderam os diretores ou ficaram reduzidas a apenas um jornalista. Nem quando perderam acesso a ferramentas de trabalho essenciais. Nem quando as condições de trabalho se deterioraram. Nunca baixaram os braços, mesmo quando saíram notícias sobre a situação da empresa e das revistas – às quais muitos dedicaram uma vida inteira de trabalho. Nem quando foram deixados sem informações claras sobre o rumo da empresa. Mesmo com tudo isto, nunca pararam de trabalhar.
Os trabalhadores das revistas e publicações Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Visão História, Caras, Activa, Courrier Internacional, TV Mais, Visão Júnior, Telenovelas, Caras Decoração, Visão Saúde, Visão Biografia, A Nossa Prima, Volt e Holofote não vão baixar os braços. Vão continuar a lutar pelos seus postos de trabalho e pelas revistas que representam.
Os trabalhadores da TiN continuam comprometidos e inteiramente focados na missão de informar, com rigor e isenção, e na procura de soluções de futuro para estas publicações.
Porto Salvo, 18 de novembro de 2024
A Comissão de Trabalhadores da Trust in News; os delegados sindicais da VISÃO; o delegado sindical do Jornal de Letras; o conselho de redação da VISÃO; o conselho de redação da Caras; o conselho de redação da ACTIVA