O novo provedor da Santa Casa da Misericórdia, anunciado esta quinta-feira pela ministra do Trabalho e da Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, foi condenado há quatro anos pelo banco central de Moçambique a pena pena de inibição por três anos do do exercício de cargos sociais e de funções de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras, devido a uma situação de “conflito de interesses” durante a sua passagem pela administração do Banco Comercial e de Investimentos de Moçambique”.
De acordo com um comunicado emitido, em agosto de 2019, pelo regulador financeiro, Paulo Alexandre Sousa terá “agido em conflito de interesses aquando da sua participação no processo de apreciação e decisão da proposta de aquisição da Interbancos, SA pela Sociedade Interbancária de Moçambique, SA (SIMO) defendendo, simultaneamente, os interesses da SIMO, na qualidade de administrador, e da Interbancos, na qualidade de presidente do conselho de administração”.
E, segundo a legislação, “os membros dos órgãos de administração ou de fiscalização não podem participar na apreciação e decisão de aquisição de partes de capital em sociedades ou outros entes coletivos de que sejam gestores ou em que detenham participações qualificadas”.
Paulo Sousa desempenhava as funções de presidente da comissão executiva do Banco Comercial e de Investimentos (BCI), que integrava o Grupo da Caixa Geral de Depósitos, desde 2013. O banco moçambicano BCI obteve em 2018 um lucro líquido de 4.026 milhões de meticais (56,8 milhões de euros), um crescimento de 62,7% face ao resultado do ano anterior.
Ouvida na Assembleia da República sobre a exoneração de Ana Jorge do cargo de provedora da instituição, Maria do Rosário Ramalho, esta quinta-feira, apontou Paulo Alexandre Sousa como tendo um perfil “financeiro e com provas dadas em matérias de ação social”, com o objetivo de “manter a missão”.