Um novo estudo, desenvolvido por investigadores da Universidade de Aston, em Birmingham, na Inglaterra, e realizado com voluntários também do País de Gales, descreveu quatro categorias relacionadas com a alimentação em que os mais novos se podem incluir, de acordo com a equipa.
A equipa de investigação tinha o objetivo de analisar os padrões alimentares em crianças dos 3 aos 5 anos, associando esses padrões a oito tipo de comportamentos ou práticas alimentares definidos pela própria equipa.
Esses oito comportamentos incluem a capacidade de resposta alimentar, a sobrealimentação e a subalimentação emocionais, o prazer alimentar, o desejo de beber, a capacidade de resposta à saciedade, a lentidão na alimentação e a agitação alimentar.
Quatro perfis alimentares distintos, definem investigadores
Para chegarem às conclusões, os investigadores entrevistaram quase mil pais ou cuidadores britânicos relativamente aos hábitos alimentares dos seus filhos e, utilizando esses oito tipo de comportamentos, conseguiram criar quatro categorias distintas.
A equipa percebeu que apenas 16% das crianças podem ser classificadas como “exigentes” no que diz respeito aos seus comportamentos alimentares, sendo que esta categoria foi caraterizada por “níveis significativamente elevados de agitação alimentar, capacidade de resposta à saciedade, lentidão na alimentação e subalimentação emocional concomitantes com níveis significativamente baixos de prazer alimentar em comparação com os outros três perfis”, explica, no seu estudo.
“Se uma criança apresenta um comportamento alimentar exigente, seria mais benéfico para ela ter uma seleção equilibrada e variada de alimentos em exibição para promover uma experiência em que se testam alimentos sem pressão”, defende Abigail Pickard, principal autora do estudo.
Já 84% das crianças podem, de acordo com a equipa, ser classificadas como “ávidas“, “felizes” ou “típicas“, ou seja, apresentaram níveis “médios” nos oito comportamentos, esclarece a equipa.
Segundo os investigadores, a categoria “ávidas” inclui as crianças que gostam de comer, mas que o fazem demasiado rápido, e engloba uma percentagem de 22%. Nesta categoria, os investigadores perceberam que as crianças tinham um maior prazer pela comida e uma velocidade de alimentação mais alta, por exemplo.
É neste grupo que a equipa afirma haver mais risco de as crianças comerem em demasia e, consequentemente, ganharem mais peso.
Já a categoria “felizes” diz respeito a crianças que gostam de comer e que não são exigentes e, neste ponto, a equipa detetou uma percentagem de 18%, acrescentando que este tipo de crianças demonstrou altos níveis de prazer alimentar, mas baixos níveis de lentidão na alimentação, agitação alimentar e sobrealimentação e subalimentação emocionais.
Em relação à categoria considerada “na média”, os investigadores explicam que estas crianças, que representam cerca de 44% de todas elas, alimentam-se de forma considerada típica.
De acordo com a equipa do estudo, os resultados deste estudo, publicado na revista Appetite, podem servir para ajudar os pais “a entenderem que tipo de padrão alimentar os seus filhos apresentam”. “Por exemplo, as crianças com perfil alimentar ávido podem beneficiar mais com a restrição alimentar dissimulada, ou seja, não levar lanches para casa ou não ter alimentos à mostra, para reduzir a tentação de comer demasiado na ausência de fome”, explica Pickard.