Está marcada para o próximo sábado, 25, na Comporta, uma festa da empresa Purília, que organiza eventos privados eróticos. Com mais de 40 confirmações, o número de participantes fica muito acima do permitido. A festa é, por isso, considerada “ilegal” pela Direção-Geral da Saúde (DGS), indo contra a indicação do Governo, que proíbe ajuntamentos com mais de 20 pessoas, devido à pandemia.
À VISÃO, a DGS afirma que, apesar de a realização de festas ir contra a Resolução do Conselho de Ministros, “só as forças policiais podem intervir”. Mas a organização do evento revelou ao Observador ter uma “garantia informal” de que o evento se realiza sem intervenção das autoridades. A VISÃO contactou a PSP, que diz não operar naquela zona; a GNR, por seu lado, não respondeu.
Ricardo Champalimaud, organizador da festa (inspirada no filme de Kubrick Eyes Wide Shut) disse ainda que cada convidado tem de apresentar, à entrada, um teste “negativo ou não detetado” à Covid-19, feito até esta segunda-feira, 20, cinco dias antes da festa. A higienização das mãos e a medição de temperatura estão também asseguradas. Mas é garantido que não será respeitada uma orientação crucial da DGS, dado o teor sexual da festa: o distanciamento social.
Esta festa promete “satisfazer as necessidades” dos seus membros e convidados “num ambiente seguro e confortável para a exploração íntima”, diz o convite divulgado no site da Purilia. O local onde vai decorrer a festa é secreto, tal como muitos pormenores dos eventos desta organização.
Segundo as indicações para a última festa organizada pela Purília, a 26 de junho, “a localização exacta do evento” é conhecida “nas oito horas antecedentes ao encontro, de forma personalizada” por um “mentor”, cuja função é receber e integrar os novos membros na comunidade. Realizada em Cascais, a festa reuniu cerca de 70 pessoas, depois de o Governo declarar estado de calamidade na Área Metropolitana de Lisboa, que proíbe ajuntamentos de mais de 10 pessoas.
O site da Purília não revela preços, mas a Magg diz que uma suíte custa 3 mil euros. A empresa garante que todos os participantes “são cuidadosamente selecionados, passando por um rigoroso processo de seleção, sendo empreendedores, personalidades reconhecidas, figuras públicas, celebridades”.