Bradley Manning está a ser ouvido desde sexta-feira, acusado de ter feito chegar ao WikiLeaks centenas de milhares de documentos com informação classificada, podendo vir a ser julgado pelo tribunal marcial.
Na audiência de segunda-feira, um perito confirmou a existência de 100 mil documentos num computador usado pelo militar. Especialistas em informática, encarregues de averiguar a existência de provas que liguem Bradley Manning ao site, garantiram ontem que os conteúdos encontrados dizem respeito a informações secretas do Departamento do Estado e Defesa. Para obter os documentos confidenciais, Bradley Manning usou, alegadamente, um programa informático que permitia copiar os documentos para CD’s.
Durante as buscas efetuadas pelos peritos foi também encontrado, em casa de uma tia de Bradley Manning, um cartão com informações. Das cinco pastas, quatro devem ter sido apagadas, mas os investigadores acreditam que nelas estariam documentos desde o tempo em que o militar começou a prestar serviços.
O cartão de memória teria mais de 91 mil relatórios do Departamento de Defesa onde estavam contidas notícias sobre o dia-a-dia da intervenção em território afegão e pormenores dos encontros entre as chefias militares norte-americanas e líderes tribais. Do material encontrado, fazem ainda parte cerca de 400 mil documentos com referencias detalhadas da operação norte-americana no Iraque.
Nas informações encontradas podem ler-se passagens onde o militar revela ter informações das duas guerras e onde considera a documentação a “mais significativa do nosso tempo” e “reveladora da guerra assimétrica do século XXI”.