Sejamos claros: a posse esta quarta-feira, 15, de Daniel Chapo como novo Presidente da República de Moçambique é ilegítima sob todos os pontos de vista. A fraude desencadeada pela Frelimo, o partido no poder há 50 anos, nas eleições gerais de 9 de outubro passado (presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais), foi descarada. Apenas dois exemplos de manipulações eleitorais, entre as muitas detetadas por observadores independentes. Foi frequente presidentes de mesas de voto recusarem-se a assinar os editais, quando se verificava a derrota do partido Frelimo e do seu candidato presidencial, Daniel Chapo. Aqueles responsáveis fabricaram, depois, editais com assinaturas falsificadas e números inventados, em que existiam mais votos para a eleição de deputados para a Assembleia da República (AR) do que para a eleição presidencial – num país com um regime presidencialista. Segundo exemplo: em numerosas mesas de voto, os observadores, mediante os editais produzidos, verificaram ali a vitória do principal candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, por margens significativas, entre 60% e 70% dos votos. Mas os referidos editais não foram afixados. Em seu lugar surgiriam outros, diferentes dos produzidos após a contagem dos votos, e que davam, claro, a vitória ao candidato da Frelimo, Chapo.
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