Daiquiri
Considerado um dos mais clássicos da história da coquetelaria mundial, a versão mais conhecida da origem do Daiquiri remonta ao início do século XX quando o engenheiro norte-americano Jennings Cox, que liderou as primeiras expedições em Cuba, justamente na cidade portuária com o mesmo nome, cidade de Daiquiri, recebeu um grupo de convidados. Nessa altura, percebeu que lhe faltava o gin e então improvisou esta bebida com rum cubano, lima, gelo e açúcar. Também há quem afirme que honra o dialeto dos povos indígenas. O maior desafio na sua preparação é encontrar o equilíbrio perfeito entre o destilado, a acidez da lima e o doce. Nesta equação entram também as “questões da temperatura e da inclusão de gelo, que podem desvendar a habilidade de um bartender”, explica Alberto Pires, o organizador do Lisbon Bar Show, o maior evento de coquetelaria em Portugal. Antes de servir, o daiquiri deverá arrefecer, mas sem ficar “aguado” e este detalhe “pode não ser tão fácil como parece”, alerta Alberto, acrescentando que é “um dos cocktails mais populares no mundo e uma obsessão para muitos bartenders”.
Ingredientes
50 ml rum cubano
Meia lima espremida
1 colher de sopa açúcar branco
Margarita
A história da Margarita não é muito clara até porque existem vários cocktails que se assemelham a este clássico, que Alberto Pires considera “próximo da perfeição”. Esta trilogia que usa sumo de limão, destilado e um licor doce ou xarope chega a ter registo durante a época vitoriana (1837-1901). No entanto, a receita próxima da que conhecemos hoje, com tequila, aparece publicada no Correio Moville, em 1936, com a designação Tequila Daisy. O seu nome parece ser uma tradução direta de Margarita do inglês para o espanhol, numa antiga classificação de cocktails, mas existem outras “teorias”: desde ofertas de bartenders a grandes estrelas de cinema ou de prendas de casamento para cunhadas que tinham o mesmo nome. Há também quem atribua o nome a presidentes de companhias produtoras de tequila, que simplesmente encomendaram o cocktail em honra da sua mulher. “Nenhuma parece a certa, mas também nenhuma parece a errada”, resume o organizador do Lisbon Bar Show, que fala da existência de uma versão Tommy Margarita, criada por Julio Bermejo, proprietário do bar Tommy’s, em São Francisco (tem uma das maiores coleções de tequila do mundo), onde o licor é substituído por xarope de agave.
Ingredientes
40 ml de Tequila
20 ml de licor de laranja
20 ml de sumo de lima fresca
Rebordo de sal é facultativo mas o importante é que não transborde para não salgar a bebida
Bellini
Fácil, rápido de executar e uma excelente bebida de verão. Sobre o nascimento do famoso Bellini, poucas dúvidas existem: foi criado no final da década de 40 do século passado por Giuseppe Cipriani, o mesmo inventor do carpaccio, no Harry’s Bar, em Veneza, uma casa icónica, de portas abertas desde 1931, por onde passaram clientes de ouro, como Hemingway, Truman Capote ou Orson Welles. Reza a lenda que tudo aconteceu no verão de 1948, altura em que o dito barman tinha um excedente de pêssegos brancos, com os quais decidiu fazer um puré. Juntou-lhe depois o dobro da dose de prosecco, um vinho branco gaseificado, e deu origem à bebida, servida numa flûte. Para o nome, Cipriani bebeu inspiração na figura de cor alaranjada de um santo pintado num quadro pelo renascentista veneziano Giovanni Bellini, no século XV. Segundo um artigo da Esquire italiana, pela facilidade de confeção, o Bellini ganhou novas versões com mais frutos. “O Tiziano, por exemplo, usa um sumo de uva tinta, o Tintoretto prevê o uso de romã, o Rossini é um mix de prosecco e polpa de morango.”
Ingredientes:
100 ml Prosecco
50 ml puré de pêssego