“Não é um restaurante com pressa”, comenta Miguel Garcia, o criador do novo Bougain, na Avenida Valbom, em Cascais. Com pressa de crescer, com pressa de encher e, em último caso, para se conhecer com pressa. É, antes, um sítio para se estar com tempo. Dar uma olhadela às flores do jardim, decidir o que escolher de uma carta que não trazendo criações de autor, tem os clássicos que agradam a todos, do bife tártaro ao arroz de carabineiros, pedir um cocktail, ouvir a água cair na fonte do jardim, estender a refeição. Do ponto de vista do fundador, “este é um investimento a longo prazo. Quero fazer uma casa.” Entendedores, entenderão.
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Miguel Garcia tem 20 anos de experiência em hotelaria e restauração. Estudou no Estoril e na Suíça, trabalhou nos hotéis Tivoli, viveu 10 anos no Brasil, durante os quais passou, entre outros hotéis, pelo Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e pelo Fasano, em São Paulo, e, de volta a Lisboa, comprou o grupo e o restaurante Café de São Bento, que tem feito crescer com a mesma qualidade que lhes é reconhecida. O Bougain é a primeira aventura feita de raiz, com um nome que homenageia as bouganvílias deste jardim, até agora apenas acessível aos hóspedes da Pergola House – um boutique hotel que é bem capaz de ser um dos edifícios mais fotografados da vila. “Cascais tem excelentes restaurantes de peixe e marisco para comer em frente ao mar, mas tem carência de oferta deste estilo”, diz Miguel. E foi esse o ponto de partida para a criação do conceito do Bougain Restaurant & Garden Bar, onde a cozinha clássica é confecionada pela chefe Diana Roque. “Não inventámos nada, 95% dos pratos já existem há décadas. Acreditamos em fazê-los bem, sem tentar desconstruir nada.”
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O menu, com muita da matéria-prima comprada no Mercado de Cascais, arranca com os crudos, uma secção de entradas frias, da qual fazem parte o carpaccio de novilho (€12), o lírio curado com pickles de mostarda e ruibarbo (€12) ou o bife tártaro na receita tradicional, cortado à faca (€13) – se for pedido como prato principal, o bife é preparado em frente ao cliente, temperado a gosto, acompanhado de salada e batatas fritas (€26); seguem-se outras entradas, entre elas uma salada de burrata com tomate coração de boi (€12) e uma Niçoise (€13); para depois se entrar nos pratos principais, com receitas intemporais, como o linguado à Meunière (€25), o arroz de carabineiros e citrinos (€65 para duas pessoas), o carré de borrego com crosta de mostardas e salada verde (€27) ou o entrecôte grelhado com molho à café Paris (€25), e uma lista completa de acompanhamentos, exemplos do arroz de coentros, do ratatouille com molho de tomate ou da alcachofra gratinada. Para rematar, uma seleção de sobremesas sem invenções, que vão de um já muito filmado tiramisù finalizado em frente ao cliente, aos belgas canellés de chocolates.
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Com uma decoração em tons verdes da arquiteta Inês Moura, o Bougain tem 80 lugares, espalhados entre a sala interior e as mesas da esplanada – jardim, vá – e tem um bar exterior, onde também é possível picar umas lulinhas com molho tártaro ou comer uma sanduíche de tataki de atum e beber um dos cocktails, sejam criações de Manuel Frazão, sejam, claro, os clássicos da mixologia.
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Finalmente, mas não menos importante, o serviço, uma aposta de quem conhece bem a hotelaria e sabe que a experiência, num sítio como este, vale tanto quanto a refeição. Espere simpatia, conhecimento, sorrisos e uma equipa fardada pela marca portuguesa Labrador. Todos os detalhes contam quando se está a trabalhar num projeto de clássicos contemporâneos.
Avenida Valbom, 13, Cascais / 91 476 8826 / ter-dom 12h30-15h, 19h-23h