Num evento que levou jornalistas a conhecerem o campus de inovação da Bosch Hungria, o Dr. István Szászi, representante do Grupo Bosch na Hungria, revelou que a marca alemã está a desenvolver um motor que considera “revolucionário”. Segundo o executivo, que também tem a seu cargo a coordenação dos centros de engenharia da Bosch na Hungria, Roménia e República Checa, “os motores elétricos atuais usam arquiteturas que não foram otimizadas para os carros elétricos”. E garante que a Bosch está a preparar um novo motor que vai “surpreender a indústria automóvel”.
Em declarações à Exame Informática, Szászi não quis revelar detalhes técnicos porque “estamos em fase de registo de patentes”, mas adiantou que este motor “não usará matérias-primas raras nem cobre”, adicionando ainda que vai apresentar uma “nova arquitetura, totalmente desenvolvida pelos nossos engenheiros, que permitirá uma maior eficiência energética e uma melhor reposta as necessidades dos automóveis”. A não utilização das matérias-primas raras e de cobre, bem como outras otimizações a nível do processo de fabrico, deverão tornar este motor significativamente mais económico e sustentável que as propostas atuais.
Szászi acredita que o processo de desenvolvimento será acelerado de modo a tornar o novo motor uma realidade comercial em pouco anos, relembrando que os fabricantes de automóveis precisam de soluções que permitam facilitar o objetivo imposto pela União Europeia: o fim da venda de carros com motores a combustão marcado para 2035.
3500 engenheiros
O centro de engenharia da Bosch em Budapeste, Hungria, é o maior centro de desenvolvimento da marca fora da Alemanha e está focado em criar tecnologias com vista à automação da condução e à mobilidade elétrica. Szászi acredita que o automóvel está a caminhar para “smartphones sobre rodas”, onde o software vai assumir cada vez mais importância.
Neste centro de Budapeste são criadas tecnologias de apoio à condução, como um novo sistema de travagem automática de emergência totalmente baseada no processamento da imagem. Os investigadores garantem que esta solução permite reduzir os custos da implementação deste sistema, que passou a ser obrigatório em carros produzidos desde o ano passado, já que toda a solução é concentrada numa única câmara.
Relativamente às tecnologias já disponíveis comercialmente, cujo desenvolvimento “passaram” por este centro, destaque para o sistema de estacionamento automático disponível em alguns modelos da Mercedes, que permite que o carro estacione sozinho, mesmo em espaços complicados. Um sistema que até permite o estacionamento com o condutor fora do automóvel para distâncias curtas e com o condutor dentro do automóvel para percursos de até 100 metros.