É uma nova ofensiva na eletrificação dos automóveis. Desta vez por parte da aliança que junta a Renault, Nissan e Mitsubishi. A previsão de investimento é de 23 mil milhões de euros nos próximos cinco anos. O plano, denominado Aliança 2030, tem metas ambiciosas, a começar pelo aumento significativo das sinergias entre as três marcas, já que uma das previsões é que a utilização de plataformas comuns atinja os 80% em 2026. De outro modo, 80% dos 90 modelos das três marcas deverão partilhar uma boa parte dos componentes, o que permitirá reforçar o efeito de escala e reduzir custos de produção. Mas, segundo o comunicado da Aliança, esta utilização de plataformas comuns não afetará a identidade própria de cada marca. Por exemplo, uma das plataformas comuns dará origem a cinco modelos diferentes: Nissan Qashqai e X-Trail, Mitsubishi Outlander, Renault Austral e um próximo SUV de sete lugares.
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E serão cinco as plataformas comuns, desde a CMF-AEV, considerada a mais acessível, que dará origem ao novo Dacia Spring, até à CMF-BEV que a aliança anuncia como “a plataforma elétrica compacta mais competitiva do mundo”. Esta plataforma, prevista para 2024, deverá ser a base para 250 mil automóveis, incluindo o novo Renault R5 e o substituto do atual Nissan Micra. Esta plataforma deverá permitir uma redução de custos em 33% e melhorar a eficiência energética em 10% (a base de comparação é o atual ZOE). Ainda mais profícua será a plataforma CMF-EV, a base dos já conhecidos Nissan Ariya e Mégane E-Tech Electric, que deverá originar mais de 15 modelos até 2030, com uma produção anual estimada de 1,5 milhões de automóveis.
Uma das consequências do plano será o reforço da presença da Mitsubishi na Europa através do lançamento de dois novos modelos, entre eles o novo ASX, “baseados em modelos de sucesso da Renault”.
Baterias de estado sólido
Já muito se disse sobre as baterias de estado sólido, que deverão representar um salto qualitativo importante na autonomia, velocidade de carregamento e longevidade. Segundo informações da Aliança, será a Nissan a responsável pelo desenvolvimento destas novas baterias, tecnologia que será partilhada pelas três marcas. Segundo o comunicado, espera-se que, relativamente às atuais baterias de iões de lítio, as baterias de estado sólido (ASSB) tenham o dobro da densidade energética e que o tempo de carregamento seja reduzido para um terço. E já uma data para a produção em massa das ASSB: meados de 2028. Uma tecnologia que deverá permitir atingir um custo de 65 dólares por kWh de energia, garantindo assim custos de produção semelhantes à produção de veículos com motores de combustão.