Simon Stephens, dramaturgo britânico traduzido e representado em todo o mundo e professor de Escrita Dramática em Manchester, escreveu esta peça para dois atores em 2015, uma encomenda do Manhattan Theatre Club de Nova Iorque.
Baseando-se no princípio da incerteza, definido pelo físico Werner Heisenberg – não se consegue determinar ao mesmo tempo a posição e o movimento de uma partícula com total precisão –, Stephens propôs-se a analisar aquilo que no comportamento humano é imprevisível, inusitado, imponderável.
Na versão de João Lourenço e Vera San Payo de Lemos, que assinam, respetivamente, a encenação e a dramaturgia, em cena no Teatro Aberto, os atores Ana Guiomar e Virgílio Castelo são Georgie e Alex. Ela é mulher, jovem, americana; ele é bem mais velho, inglês com raízes irlandesas. Cruzam-se numa estação de comboios em Londres e é esse contraste (género, idade, origens) que perpassa pela peça. Como é que estas personagens vão evoluir? Que relação vão estabelecer? São os seus comportamentos que se tornam surpreendentes e despertam a curiosidade para o que se vai passar a seguir.
Numa entrevista em 2018, a propósito de Heisenberg – O Princípio da Incerteza, Simon Stephens dizia: “Sempre me senti, e continuo a sentir-me, espantado com as coisas excecionais, tristes, terríveis e belas que os seres humanos são capazes de fazer uns aos outros.”
Heisenberg – O Princípio da Incerteza > Teatro Aberto > Pç. de Espanha, R. Armando Cortez, Lisboa > T. 21 388 0089 > até 28 jul, qua-qui 19h, sex-sáb 21h30, dom 16h > €11,90 (quarta, dia do espectador), €17