1. Plug-in, de Joana Vasconcelos, MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
A artista portuguesa volta ao lugar onde tudo começou. Há 22 anos, Joana Vasconcelos teve a sua primeira exposição individual na Central Tejo, à boleia da primeira edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP que lhe foi atribuído em 2000. Agora, a exposição Plug-in reúne obras inéditas e algumas das suas peças mais icónicas produzidas desde 2000, estabelecendo um diálogo entre o património da eletricidade, a tecnologia e as artes plásticas. Árvore da Vida (2023), criada no contexto da Temporada Cruzada Portugal-França, foi adaptada à Sala dos Geradores da Central Tejo. No edifício do MAAT, são apresentadas sete obras no total. Entre estas, está a nova Drag Race (2023), um Porsche 911 ornamentado com talha dourada e plumas. Duas peças que marcaram presença no Guggenheim de Bilbau são mostradas, pela primeira vez, em Lisboa: a máscara de espelhos com o título I’ll Be Your Mirror (2019) e o gigantesco anel Solitário (2018), instalado no exterior do museu. A tentacular escultura Valkyrie Octopus, criada em 2015 para o MGM Macau, está suspensa na Galeria Oval. Av. Brasília, Lisboa > até 18 fev, seg, qua-dom 10h-19h > €11 (Central Tejo e MAAT), grátis 1º domingo do mês, 10h-13h
2. A Mão que Vê e Manda!, de Júlio Pomar, Galeria São Roque Too
A exposição apresenta oito décadas de trabalho de Júlio Pomar através de cerca de 130 obras produzidas entre 1946 e 2017/18, que têm como fio condutor a expressão do erotismo. Maioritariamente nunca antes mostrados, expõem-se trabalhos que o pintor conservou para si e que sempre se mantiveram no espólio da família, aqui compilados numa antologia continuada, sem hiatos cronológicos, e que inclui desenhos desde 1946, pinturas desde 1960, escultura e assemblages desde 1967. R. de São Bento, 269, Lisboa > até 17 jan, seg-sáb 10h30-19h > grátis
3. Days of Punk, de Michael Greco, Centro Cultural de Cascais
Michael Grecco, 65 anos, é autor do livro Punk, Post Punk, New Wave, Backstage, In Your Face 1978-1991, publicado em 2020, e ao longo dos anos viu o seu trabalho ser publicado nas páginas de revistas como a Time, Vanity Fair, Rolling Stone ou Esquire. No Centro Cultural de Cascais, mais de 100 fotografias de bandas como os Ramones, Clash, Talking Heads ou Siouxie and the Banshees, tiradas pelo fotógrafo norte-americano, contam a história da cultura punk desde a sua explosão, na década de 1970, até ao início dos anos 90. Days of Punk é complementada por um trabalho musical criado em colaboração com Robert Miller e Peter Prescott, da banda Mission of Burma, e vídeos de arquivo. Av. Rei Humberto II de Itália, 16, Cascais > até 28 jan, ter-dom 10h-18h (última entrada 17h40)> €5
4. Edição Limitada, Ano 2, Galeria Santa Maria Maior
A associação CC11 e a Narrativa juntaram-se à Galeria Santa Maria Maior para apresentar anualmente uma exposição coletiva capaz de promover o lugar da fotografia documental e do fotojornalismo em Portugal nas galerias e nas coleções de arte, públicas e privadas. Em Edição Limitada, Ano 2 renova-se o objetivo, reunindo trabalhos de 67 fotógrafos (um por autor), escolhidos pelos próprios, que definiram também o preço de venda. Até 6 de janeiro, podem ver-se trabalhos de Adriano Miranda, Ana Baião, Ana Brígida, Ana Paganini, António Pedro Ferreira, Céu Guarda, Diana Tinoco, José Carlos Carvalho, Rui Duarte Silva, Valter Vinagre, entre outros. R. da Madalena, 147, Lisboa > até 6 jan, seg-sáb 15h-20h > grátis
5. Manuela Madureira, Galeria Objectivismo
Manuela Madureira distinguiu-se no panorama da cerâmica nacional do século XX, tendo se dedicado também à escultura em materiais como o ferro e a pedra, ao longo de mais de 60 anos. Da artista multifacetada, podem ver-se ainda hoje, em Lisboa, trabalhos no restaurante panorâmico de Monsanto e no Teatro Maria Matos. A Galeria Objectismo apresenta um conjunto de mais de três dezenas de obras, incluindo painéis, esculturas, placas, peças utilitárias e desenhos, maioritariamente das décadas de 1960 e 1970, provenientes do acervo da artista. Destacam-se o painel de azulejos Gato diabólico com que ganhou o Prémio Sebastião de Almeida (dedicado à melhor obra do ano de 1961), a escultura As camponesas à espera do bovídeo, de 1960, três grandes vasos e jarras da década de 1960, e Mulher e vinho, um painel de placas modeladas de 1965, que se distinguem pelos vidrados em variações da cor azul, outra das características das suas peças. R. Marquês de Sá da Bandeira, 70, Lisboa > até 30 nov, ter-sáb 11h-13h, 15h-19h > grátis
6. Ora, faço gravuras…, de Luís Afonso, Museu Bordalo Pinheiro
Luís Afonso, autor de Bartoon (Público) e de Barba e Cabelo (A Bola), desconstrói as situações que considera absurdas e põe em evidência as contradições que lhe estão associadas, usando o humor. Nesta exposição, no Museu Bordalo Pinheiro, apresenta um conjunto de cartoons publicados ao longo das últimas décadas, dedicados aos museus, ao património e à cultura. As “tiras culturais”, apesar de datadas em relação aos acontecimentos que comentam, mantêm atual a crítica que encerram, continuando a provocar um sorriso. Campo Grande, 382, Lisboa > até 28 jan, ter-dom 10h-18h > €2
7. O Castelo Surrealista de Mário Cesariny, MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
Assinalando o centenário do nascimento de Mário Cesariny (1923-2006), o MAAT apresenta O Castelo Surrealista de Mário Cesariny, assinalando, ainda, a data histórica dos 100 anos da publicação do primeiro manifesto surrealista por André Breton, em 1924. Propondo mostrar afinidades e sublinhar influências, a exposição inclui não só obras do poeta e artista plástico, vindas da Fundação Cupertino de Miranda, dona de grande parte do seu acervo pessoal, mas também trabalhos daqueles que Cesariny afetivamente elegeu para o seu universo, como Vieira da Silva, George Sand, Édouard Jaguer, André Breton ou Cruzeiro Seixas, e ainda objetos de que se rodeava. Av. Brasília, Lisboa > até 18 fev, seg, qua-dom 10h-19h > €11 (Central Tejo e MAAT), grátis 1º domingo do mês, 10h-13h
9. Controversial Affair, Galeria Underdogs
Fundada em 2010, por Vhils e Pauline Foessel, a Galeria Underdogs mantém-se fiel à promoção dos artistas portugueses e internacionais que estão ligados ao universo da arte urbana. Em Controversial Affair, última exposição de 2023, reúne-se um grupo importante de nomes estrangeiros: André Saraiva, FAILE, Felipe Pantone, Jason REVOK, JonOne, Maya Hayuk, Okuda San Miguel, PichiAvo, Sainer e Swoon. As estéticas, estilos e formas distintas destes artistas trazem para a atualidade a disputa que ocorreu na década de 1670 na Academia Real de Pintura e Escultura francesa, entre os rubenistas (grupo influenciado por Peter Paul Rubens), que acreditavam na supremacia da cor na pintura, e os poussinistas (influenciados por Nicolas Poussin), que defendiam a superioridade da linha. No final, os visitantes são convidados a deixar a sua própria marca na exposição, elegendo assim o lado que lhe faz mais sentido. R. Fernando Palha, Armazém 56, Lisboa > até 30 nov, ter-sáb 14h-19h > grátis
10. Zonas de Transição – Obras da Coleção da Fundação PLMJ, Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional
Renovada recentemente, para acolher exposições e projetos curatoriais, a Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional reabre ao público para mostrar obras da coleção da Fundação PLMJ. Zonas de Transição traça uma visão ampla da coleção através de 150 trabalhos de artistas de gerações diferentes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A representação do corpo, a arquitetura e a palavra escrita são os temas abordados através de pintura, desenho, livro de artista, escultura, instalação, fotografia e vídeo, sendo as últimas duas, áreas centrais da coleção que começou a ser construída em 2001. Av. da Índia, Lisboa > até 7 jan, seg-dom 10h-13h, 14h-18h > grátis
11. O Tesouro dos Reis. Obras-primas do Terra Sancta Museum, Museu Gulbenkian
A exposição traz a Lisboa uma amostra daquilo que os reis católicos europeus enviaram, entre os séculos XV e XIX, sobretudo para a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Entre essas doações, estavam moedas de ouro, cera, azeite e também, no caso português, canela, açúcar e chá destinados ao sustento das igrejas e comunidades locais. Mas a generosidade dos soberanos ia mais longe, qual manifestação de devoção e de poder, incluindo ourivesaria litúrgica e têxteis luxuosos da época, utilizados no culto e na ornamentação.
É esse tesouro artístico que se mostra no Museu Gulbenkian, onde está uma preciosa lâmpada de igreja em ouro enviada por D. João V, o grande baldaquino em ouro maçico oferecido por Carlos VII, rei de Nápoles, ou os paramentos doados por Luís XIV de França. A ajudar no enquadramento histórico, encontram-se também 25 peças emprestadas por vários museus portugueses. Av. de Berna, 45A, Lisboa >até 26 fev, seg, qua-dom 10h-18h > €6, grátis dom a partir das 14h
12. Pardal Monteiro – Vida e Obra, MU.SA – Museu das Artes de Sintra
Nome maior da arquitetura modernista portuguesa do século XX, Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) foi responsável por alguns grandes projetos que, ainda hoje, fazem parte da Lisboa dos nossos dias: Estação do Cais do Sodré, Gare Marítima de Alcântara, Gare da Rocha do Conde de Óbidos, Cidade Universitária, Instituto Superior Técnico… Ficou conhecido como “o arquiteto de Lisboa” precisamente por esse motivo. Pardal Monteiro nasceu em Pero Pinheiro, concelho de Sintra, razão pela qual o MU.SA organiza agora, e até 7 de janeiro de 2024, uma exposição sobre a sua vida e obra. A mostra tem curadoria de Ana Tostões, arquiteta e professora de História da Arquitetura Portuguesa, e de João Pardal Monteiro, sobrinho-neto de Porfírio, também arquiteto. Composta por painéis, maquetas, plantas e alguns objetos pessoais, a exposição apresenta os principais momentos do percurso de Porfírio Pardal Monteiro: desde o estágio no atelier de Miguel Ventura Terra à amizade com Duarte Pacheco, futuro ministro das Obras Públicas de Salazar, passando pelas inúmeras viagens que lhe permitiram manter-se informado sobre as tendências internacionais. O essencial acerca de um arquiteto que marcou – e continua a marcar – a cidade de Lisboa. S.B.L. Av. Heliodoro Salgado, Sintra > ter-sex 10h-18h, sáb-dom 12h-18h > grátis
13. Fazer, Fidelidade Arte Lisboa
Como é que um outdoor gigante de um partido político, os tapetes Roots de Inma Bermúdez, o vídeo Super Shy da banda de K-pop NewJeans, a mochila dos entregadores da Uber Eats e uma garrafa de vinho nos põem a refletir sobre design e as transformações na sociedade? É isso que se propõe descobrir a exposição Fazer, a quarta do ciclo Territórios, promovido pela Culturgest. “O design é uma coisa que está completamente integrada em todos os aspetos da nossa vida contemporânea. Interessa-nos falar de como é que as coisas são feitas e por quem. Por isso é que remetemos para esta ideia do fazer, dos processos – e não dos objetos finalizados, que normalmente é o que as pessoas conhecem e identificam”, explicam os curadores Frederico Duarte e Vera Sacchetti. A proposta desta dupla de críticos de arte foi concebida enquanto revista e projeto curatorial. Fazer é uma revista que é uma exposição e uma exposição que é uma revista, com o primeiro número a sair no final da mostra, em janeiro. S.L.F. Lg. do Chiado, 8, Lisboa > até 5 jan, seg-sex 12h-20h > grátis
14. Centenário do ABC-Zinho, Biblioteca Nacional de Portugal
A exposição parte do ABC-zinho, a primeira revista portuguesa de banda desenhada, publicada entre 1921 e 1932, para percorrer a história das principais publicações de BD editadas em Portugal entre 1920 e 1980. Feita em colaboração com o Clube Português de Banda Desenhada, apresenta originais de capas, páginas de histórias e ilustrações produzidas pelos desenhadores para as publicações, cartazes, livros e outros produtos comerciais associados a algumas revistas. Campo Grande, 83, Lisboa > até 29 mar, seg-sex 9h30-19h30, sáb 9h30-17h30 > grátis
15. Jorge Vieira, Galeria São Mamede
Trabalhando sempre em torno da figura (humana ou animal), Jorge Vieira (1922-1998) renovou a escultura portuguesa numa altura em que a temática nacionalista e a estética impostas pelo Estado Novo a tinham esgotado. Dele há várias obras que resistem em Lisboa, cidade onde nasceu: Homem-Sol, no Parque das Nações para a Expo’98; Grade (1998), na Praça do Município; A Varina (1988) integrada no bloco residencial da Avenida Infante Santo nº 72; Espadarte (1956-59), na Rua Castilho, à entrada do Hotel Ritz; duas cabeças de cavalo (2004), no Chafariz de Dentro, ou as intervenções em mármore rosa nas paredes do metro do Saldanha (2009). À boleia da homenagem que a câmara municipal fez ao escultor, por ocasião do centenário do seu nascimento, em que se incluem duas exposições de múpis, na Praça do Município e no Parque das Nações, a Galeria São Mamede apresenta uma mostra com trabalhos do artista ligados à cidade de Lisboa, emprestadas por colecionadores e várias entidades, com outras que integram o acervo da galeria. R. da Escola Politécnica, 167, Lisboa > até 4 dez, seg-sáb 11h-20h, sáb 11h-19h > grátis
16. Rare Earth, de Tony Craig, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Nascido em Liverpool, em 1949, mas a viver desde os anos 70 em Wuppertal, na Alemanha, Tony Cragg é um dos maiores escultores contemporânenos. Trabalhando em metal, vidro e plástico, o artista notabilizou-se por integrar nos seus trabalhos objetos que o mundo industrial rejeita. O Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado apresenta Rare Earth, com curadoria da sua diretora, Emília Ferreira, que traz a Lisboa um conjunto de cerca de 50 peças, entre esculturas e desenho, de 1979 a 2023. Entre estes trabalhos, quatro esculturas de grande formato encontram-se ao ar livre: duas no Terreiro do Paço, uma na Praça do Município e outra na Estação Sul e Sueste. R. Serpa Pinto, 4 / R. Capelo, 13, Lisboa > até 25 fev, ter-sex 10h-13h, 14h-18h, sáb-dom 10h-14h, 15h-18h > €8
17. Fantasma Gaiata – A Coleção da CGD, Culturgest
Desde 2021 – ano em que regressaram as aquisições programáticas para a Coleção da Caixa Geral de Depósitos –, foram incorporadas, quer por intermédio de aquisições diretas, quer através do Concurso Caixa para Jovens Artistas, perto de uma centena de obras que vieram reforçar um espólio que contava já com cerca de 1800 peças. A propósito da celebração do 30.º aniversário da Culturgest, as galerias abrem para que o público possa contactar com este acervo de arte contemporânea, um dos mais importantes do País. Para além de revisitar os núcleos que nele se foram estabelecendo ao longo dos últimos 40 anos, a exposição presta especial atenção às aquisições mais recentes. R. Arco do Cego, 50, Lisboa > até 28 jan, ter-dom 11h-18h > €5, dom €1
18. Andreas Stöcklein, Galeria Ratton e Museu Nacional do Azulejo
A exposição O Outro Lugar. Conversas Interiores, na Galeria Ratton, comemora mais de 30 anos de colaboração intensa entre a galeria e o artista alemão Andreas Stöcklein. A mostra reúne grandes e pequenos formatos da pintura e desenho sobre papel e alguns azulejos do artista. Em paralelo, no Museu Nacional do Azulejo, Sobre a Linha do Horizonte – Andreas Stöcklein na Coleção Ratton, a segunda parte desta exposição dupla, é uma viagem sobre quatro décadas de produção artística azulejar do artista em Portugal. Galeria Ratton > R. Academia das Ciências, 2C, Lisboa > até 31 jan, seg-sex 10h-13h30, 15h-19h30 > grátis > Museu Nacional do Azulejo > R. da Madre de Deus, 4, Lisboa > até 30 abr, ter-dom 10h-13h, 14h-18h > €8, dom e feriados grátis
19. Coleção Paulo de Pitta e Cunha, Museu Arpad Szènes-Vieira da Silva
Reconhecendo a importância do colecionismo privado no apoio aos artistas, a Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva tem vindo a expor anualmente uma coleção privada que, pela sua relevância, deva ser objeto de estudo e de partilha com o público. Este ano, apresenta a coleção de Paulo de Pitta e Cunha (1937-2022), professor catedrático e jurisconsultor nas áreas do Direito Fiscal e do Direito Europeu. A partir de um conjunto de mais de 500 obras – no qual constam, entre outros, nomes como Almada Negreiros, Helena Almeida, Lourdes Castro, Julião Sarmento, Cabrita, Paula Rego, Arman, Dubuffet ou Andy Warhol –, as curadoras da exposição, Raquel Henriques da Silva e Rita Maia Gomes, selecionaram cerca de 120 trabalhos. Pç. das Amoreiras, 56, Lisboa > até 20 jan, ter-dom 10h-18h > €7,50, grátis dom até às 14h
20. Ruy Leitão, com Alegria, Centro de Arte Manuel de Brito
Se virmos esta exposição sem nenhum contexto (o que nem é difícil, já que a grande maioria dos quadros não está datada nem tem título), sem nada sabermos do autor destas obras, a sensação que fica, no final, é a de termos percorrido um misterioso mundo colorido, com algumas notas de humor, pop e enigmático. Mas se soubermos quem foi Ruy Leitão, é inevitável que a experiência se contamine com algum sentido de tragédia, sombras que ofuscam a garridice daquelas cores primárias.
O artista nasceu em Washington DC (onde a sua mãe, a pintora Menez, vivia na altura), em 1949, e morreu em 1976, em Lisboa, aos 26 anos, saltando duma janela para a rua. A sua formação artística fez-se em Londres, onde foi discípulo de Patrick Caulfield, nome central na arte pop britânica, que muito o apreciava (chamou-lhe mesmo “génio”). Em vida, Ruy Leitão só teve duas exposições individuais (na Galeria 111, em 1970, e na Galeria da Emenda, em 1974), mas logo em 1985 a Fundação Calouste Gulbenkian dedicou-lhe uma retrospetiva. Esta, que agora se pode ver no CAMB, é a mais completa até à data (e inclui uma secção com fotografias). Arlete Alves da Silva, viúva do colecionador Manuel de Brito, fundador da Galeria 111, tem-se esforçado por manter viva a promessa que fez à amiga Menez: não deixar a obra de Ruy Leitão cair no esquecimento. P.D.A. Campo Grande, 113A, Lisboa > até 30 dez, ter-sáb 10h-14h, 15h-19h > grátis