1. Abertura e fecho
As honras do espetáculo de abertura ficam para a divertida Valha-nos Aristófanes! (4 jul, Escola D. António da Costa), criação da mais antiga companhia privada do teatro europeu, a catalã Els Joglars, que coloca em palco uma farsa cáustica sobre o cancelamento e a cultura, com um ex-professor de Cultura Clássica como protagonista.
Para o encerramento, o Festival de Almada conta com Uma Cerimónia (18 jul, Escola D. António da Costa), pelos belgas Le Raoul Collectif, que nos perguntam: “O que é que havemos de celebrar, neste mundo em que só a urgência importa?” Antes disso, muito haverá para ver nesta 40ª edição, em Almada e em Lisboa.
2. Ciclo Espanha
Também de Espanha, além do espetáculo de abertura, chegarão Enciclopédia da Dor. Tomo 1: Que Isto Não Saia Daqui, do autor e encenador galego Pablo Fidalgo (15-17 jul, Fórum Romeu Correia), e a encenação de Declan Donnellan para A Vida É Sonho (17-18 jul, Teatro Joaquim Benite), clássico da dramaturgia espanhola da autoria de Pedro Calderón de la Barca. Uma grande produção que junta a Cheek by Jowl de Donnellan à Compañia Nacional de Teatro Clásico de Madrid.
3. Homenagem a João Mota
A celebrar 65 anos de vida no teatro, João Mota é a figura homenageada nesta edição do festival. Além do regresso ao palco de uma das suas mais recentes encenações, Não Andes Nua Pela Casa!, de Georges Feydeau (8 jul, Palco Grande da Escola D. António da Costa), o ator, encenador e fundador da Comuna Teatro de Pesquisa é evocado na exposição-instalação A Escola do Círculo Repetido sem Fim (No Teatro de João Mota), de José Manuel Castanheira, também na Escola D. António da Costa.
4. Estreias e regressos internacionais
Esta edição é marcada por regressos. Peter Stein volta a Almada para apresentar O Aniversário (12 jul, Escola D. António da Costa), de Harold Pinter, com um elenco italiano para interpretar uma das peças mais perturbadoras do autor inglês. E a Schaubühne de Berlim traz Everywoman (15-16 jul, CCB), peça do encenador suíço Milo Rau sobre a morte, interpretada pela atriz Ursina Lardi, coautora do texto, em palco, e Helga Bedau, em vídeo.
Entre as estreias internacionais, a israelita Batsheva Dance Company apresenta MOMO (13-14 jul, CCB), coreografia de Ohad Naharin que tem por banda sonora o álbum Landfall que Laurie Anderson gravou com o Kronos Quartet. Em palco, 18 bailarinos são desafiados a deixarem-se levar pelas “suas emoções, ficando habitados por elas”.
5. Produção portuguesa
Na programação nacional, destaque para duas estreias. Calvário, de Rodrigo Francisco, para a Companhia de Teatro de Almada (5-8, 11, 15-16 jul, Teatro Municipal Joaquim Benite), uma incursão do teatro dentro do teatro em torno de uma companhia que encena uma peça de Thomas Bernhard. Ventos do Apocalipse (7-9 jul, Academia Almadense) é o olhar do ator e agora encenador angolano Noé João sobre o romance homónimo da escritora moçambicana Paulina Chiziane, naquilo que o próprio define como um exercício sobre “a memória e a guerra”. Uma coprodução do Teatro GRIOT com os Artistas Unidos.
Festival de Teatro de Almada > Escola D. António da Costa, Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Romeu Correia, Incrível Almadense e Academia Almadense, Almada; e Centro Cultural de Belém, Lisboa > 4-18 jul > €13-€35 > programa completo em festival.ctalmada.pt