1. A Noiva, de Sérgio Tréfaut
É um dos mais esperados filmes portugueses do ano. Sérgio Tréfaut, realizador d’Os Lisboetas e de Raiva, entre muitos outros filmes, inspirou-se na própria realidade para contar esta história, tão impressionante como dramática, de uma noiva da Jihad. Fala-nos de uma europeia que abandona tudo e todos para se casar com um guerrilheiro do Estado Islâmico. Tal provoca uma mudança radical da sua vida com consequências trágicas, que passam pela maternidade, viuvez e um julgamento no Iraque. Uma reflexão sobre o absurdo. O filme teve a sua estreia mundial no Festival de Veneza e passou no Leffest. Conta com Joana Bernardo, Hugo Bentes e Lola Dueñas nos principais papéis. De Sérgio Tréfaut, com Joana Bernardo, Hugo Bentes e Lola Dueñas > Estreia 12 jan
2. Babylon, de Damien Chazelle
Damien Chazelle, realizador que de alguma forma devolveu o gosto por musicais em Hollywood, surpreende tudo e todos com um filme que está quase nos seus antípodas. Avisa-se, pois, a quem encontrou em La La Land um simpático filme para ver em família, que pense duas vezes antes de levar os filhos a Babylon. Passado nos anos 20, com um elenco de luxo, que inclui Brad Pitt e Margot Robbie, o filme retrata a fase mais decadente, depravada e perversa de Hollywood, com a ascensão e a queda de muitas figuras, num ambiente festivo mas de grande falência moral. Uma obra tão ousada quanto incómoda. Estreia 19 jan
3. Tár, de Todd Field
Os Fabelmans, de Steven Spielberg, e Top Gun Maverick, de Joseph Kosinski, encabeçam, para já, a lista de favoritos aos Oscars deste ano, mas Tár, de Todd Field (assim como Os Espíritos de Inisherin, de Martin McDonagh), filme mais simples e modesto, poderá ser uma surpresa. Certo é que Cate Blanchett é uma das grandes favoritas ao Oscar para melhor atriz, o que aconteceria pela terceira vez, depois do reconhecimento pelas suas interpretações em O Aviador, de Martin Scorsese, e Blue Jasmine, de Woody Allen. No filme de Field, a atriz veste a pele de Lydia Tár, uma das maiores compositoras alemãs e a primeira mulher a dirigir uma grande orquestra naquele país. Uma história de uma figura genial, mas que esconde uma personalidade turbulenta com muitos segredos por revelar. Estreia 9 fev
4. Nayola, de José Miguel Ribeiro
José Miguel Ribeiro, um dos mais premiados realizadores portugueses de animação, autor de, entre outros, A Suspeita e Viagem a Cabo Verde, apresenta a sua primeira longa-metragem, fruto de anos de trabalho, com uma larga equipa, no seu estúdio em Montemor-o-Novo. O filme conta a história de três gerações de mulheres em Angola, que sofrem na pele as consequências da guerra civil que assolou o país. Uma animação para adultos, mas que pode ser vista por quase todas as idades, com a qualidade estética a que o realizador nos habituou. É também uma das raríssimas longas-metragens de animação realizadas em Portugal. Estreia em março
5. A Voz das Mulheres, de Sarah Polley
Sarah Polley, realizadora, atriz e ativista canadiana, leva para o grande ecrã uma história que chocou o mundo. Partindo do romance de Miriam Toews, o filme reporta-se aos acontecimentos descobertos em 2018, no seio de uma comunidade ultraconservadora de menonitas (uma variante do cristianismo) na Bolívia. Ao longo de anos, os homens drogavam, violentavam e violavam as mulheres, refugiando-se depois nos códigos sociais, altamente machistas, para alegarem que as queixas e os relatos se deviam a delírios femininos. Um filme impressionante, que também está na calha dos Oscars e conta com um precioso elenco feminino, que inclui Frances McDormand, Rooney Mara, Claire Foy e Jessie Buckley. Estreia 9 março
6. The Great Yarmouth: Provisional Figures, de Marco Martins
Great Yarmouth é uma povoação, na costa leste de Inglaterra, conhecida pelo seu matadouro de perus, que emprega, em condições precárias, muitos migrantes, incluindo uma larga comunidade portuguesa. Foi com essa matéria-prima que Marco Martins (Alice, São Jorge) fez este filme, fruto de um extenso trabalho de campo, com atores e não atores, com o objetivo de recriar as suas histórias reais. O filme, que se estreou em San Sebastián, tem como atriz principal Beatriz Batarda, que, de alguma forma, faz a ponte entre a realidade e a ficção, participando também ela na pesquisa que permitiu transformar aquelas vidas em cinema. Estreia 16 mar
7. Indiana Jones e o Marcador do Destino, de James Mangold
Quinze anos depois, Indiana Jones está de volta. Harrison Ford está mais velho, mas não perdeu a sagacidade e ainda usa o mesmo chapéu. Este já é o quinto episódio da saga, após os três originais nos anos 80 e o quarto em 2008. E este também é o primeiro episódio a não ser realizado por Steven Spielberg, mas por James Mangold. O Marcador do Destino mostra um Indiana Jones, já acomodado à reforma, a ver-se forçado a iniciar uma nova aventura para evitar que uma poderosa relíquia caia nas mãos erradas. Estreia 29 jun