É uma carreira tão singular quanto improvável, a de Aldina Duarte que tropeçou no fado por acaso e, de imediato, se tornou fadista. “Não tinha nada que ver com o fado, mas a partir daquele momento percebi que a minha vida não ia mais ser igual”, assim recorda aquele encontro fortuito com Beatriz da Conceição, que ouviu cantar numa casa de fados, quando trabalhava como jornalista.
Antes disto, as suas referências musicais passavam por José Mário Branco, Fausto, Sérgio Godinho ou José Afonso, mas também pelas vozes femininas mais clássicas da soul e do jazz, como Billie Holiday, Nina Simone e Ella Fitzgerald. “Ao ouvir a Beatriz percebi que também por cá tínhamos vozes assim, a cantar uma música igualmente profunda”, lembra.
Começou por cantar fado no cinema, no filme Xavier, realizado por Manuel Mozos, no qual aparece a interpretar o clássico A Rua do Capelão. Canta também em peças de teatro e é precisamente no Teatro da Comuna, em colaboração com o encenador João Mota, que começa a organizar as famosas Noites de Fado, em que se juntavam fadistas e atores.
Com uma carreira construída nas casas de fado (nomeadamente o Sr. Vinho), lançou o primeiro disco, Apenas o Amor, em 2004, quando tinha 37 anos. Nele são lançadas as pistas de um percurso único no panorama do fado, alicerçado essencialmente nas suas palavras, sempre acompanhadas, à viola e à guitarra, pelas melodias dos fados tradicionais. A grande exceção é o último disco, Roubados, editado no final do ano passado, no qual recria, de forma muito pessoal, 12 clássicos celebrizados por alguns dos fadistas mais importantes da história do fado. É esse disco que agora apresenta no Lux, por uma noite transformado em grande casa de fados, num concerto que servirá, também, para celebrar os 25 anos de carreira de Aldina Duarte.
Aldina Duarte > Lux Frágil > Av. Infante D. Henrique a Sta. Apolónia, Cais da Pedra, Lisboa > T. 21 882 0890 > 30 jan, qui 23h > €15