Aqui, a geografia é afetiva e performática. A sétima colina lisboeta, balizada pelo “triângulo simbólico” constituído pela Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, o Atelier-Museu Júlio Pomar e o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado – MNAC, celebra a rentrée cultural como festival artístico, comunitário e celebratório, com inaugurações, visitas guiadas, lançamentos, feira de livros de arte e manifestações artísticas nas ruas.
Organizado pela Associação Isto Não É Um Cachimbo, o 9º Bairro das Artes conta com 23 inaugurações e mais de 100 artistas em 38 espaços (programa em www.bairrodasartes.pt). Arquitetura, desenho, fotografia, gravura, instalação, joalharia e pintura… a oferta é variada. Algumas pistas? Salomé Lamas revela Extinção no MNAC, filme sobre fronteiras, nacionalismo e identidade na Rússia de Putin. Teresa Gonçalves Lobo pintou linhas puras em Da Leveza do Sonho, expostas agora na Galeria das Salgadeiras. Na Abysmo, há Le Palais Idéal de Carlos Guerreiro: pinturas novas e técnicas diversas que evidenciam a “intimidade exaltante de um caçador-recoletor de imagens”. Desenhos e peças de zinco de Gina Martins enchem a Galeria Novo Século, e Henrique Vieira Ribeiro reinterpreta elementos audiovisuais privados (de Alfredo Antunes) em Horizontes Brancos, na Ocupart.
Manuel João Vieira cria um Theatro Natural na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, obras com um “impulso figurativo incontrolável”. Aí, revela-se ainda a coleção Pinto da Fonseca: Educação Sentimental inclui Batarda, Molder, Barrias… Outras coletivas? Diálogo I – Place and Time, na Jeanne Bucher Jaeger, apresenta Michael Biberstein, Jorge Nesbitt ou Rui Moreira. Águas Fortes junta gravuras de Paula Rego, Cruzeiro Seixas ou Hein Semke na Luís Geraldes Art. O Prémio Estação Imagem 2018 chega à Casa da Imprensa, e na Zaratan um artista anónimo pensou GENTRIFORNICATION.
Há também arte pública “não comissionada”: Lisboa Tuk Tuk coloca obras de Horácio Frutuoso ou Baltazar Torres, entre outros, em “nichos, buracos, paredes, telhados, pavimentos…” Marchemos, então, pelo Bairro.
O Bairro das Artes inclui um olhar sobre a arquitetura da sétima colina: Carlos Veloso, vencedor do Open Call da Ordem dos Arquitetos, criou o projeto EOAL − Estações de Observação de Arquitetura de Lisboa −, dez dispositivos amovíveis para contemplar a cidade através de perspetivas bem selecionadas.
Vários locais de Lisboa > a partir de 20 set, qui 22h > T. 21 346 0881 > grátis