
James Murphy regressa a Portugal
D.R.

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Quando surgiram, no início da primeira década do século XXI, foram um dos projetos musicais que melhor definiram o espírito da viragem do milénio, apresentando-se como a banda sonora perfeita de uma época em que tudo se (con)fundia. Tal como a sua música, ela própria uma espécie de recuperação de todo um passado, feita através de longas canções (leia-se, com muitos minutos), que tanto antecipavam um futuro caótico como soavam tão familiares como sempre.
A história da banda – chamemos-lhe assim, apesar de, fora do palco, ser na verdade um projeto do músico, produtor, dj e cantor americano James Murphy – começa algures em 2002, com o lançamento de uma série de singles pela editora DFA Records, como o célebre tema Losing my Edge, mais tarde incluído no álbum de estreia, que depressa conquistaram as pistas de dança mais alternativas dos EUA e da Europa. O disco, homónimo, só seria lançado em 2005, numa altura em que os LCD Soundsystem já eram muito mais do que um mero fenómeno de culto, valendo-lhes logo, além da aclamação da crítica e do público, uma nomeação para os Grammy, na categoria de música de dança e eletrónica. A esquizofrénica mistura de eletrónica, punk, disco, krautrock e rock psicadélico com a candura da pop viria a ser ainda mais aprimorada no trabalho seguinte, Sound of Silver, lançado logo dois anos depois. O terceiro registo, This is Happening, chegou em 2010 e entrou de imediato para o top 10 norte-americano. Depois, em 2011, James Murphy anunciou o fim da banda, celebrado com um concerto de despedida no Madison Square Garden, que durou cerca de quatro horas e fechou ao som do tema New York, I Love You But You’re Bringing Me Down – o espetáculo viria mais tarde a ser editado em disco, no formato de quíntuplo LP.
No final de 2015, porém, os rumores de um regresso foram finalmente confirmados, com o anúncio de um concerto no festival de Coachella no ano seguinte, quando também regressaram a Portugal, para atuar em Paredes de Coura. O expectável novo disco, American Dream, chegou em 2017 e é por causa dele que estão de volta, para um muito aguardado concerto em nome próprio, desta vez multiplicado por três noites.
Na quinta, 21, depois do último dos três concertos no Coliseu de Lisboa, a festa do regresso dos LCD Soundsystem faz-se na discoteca Lux – onde se estrearam em Portugal, em 2005 – e inclui um dj set com a banda e Shit Robot como convidado especial.
LCD Soundsystem > Coliseu dos Recreios > R. das Portas de Santo Antão, 96, Lisboa > T. 21 324 0580 > 19-21 jun, ter -qui 21h > €35 a €39