1. Ciência Rítmica Avançada
Pelo terceiro ano consecutivo, o jornalista Rui Miguel Abreu é o responsável pela curadoria de Ciência Rítmica Avançada, que leva ao Mexefest um programa dedicado em exclusivo ao hip-hop português. O ponto alto do alinhamento será o regresso aos palcos dos Micro, o coletivo composto por D-Mars, Sagas e Nel’Assassin, que na viragem do milénio, a par de nomes como Sam The Kid, Valete, Xeg ou Chullage, marcou uma época do hip-hop nacional. O programa fica completo com o angolano MCK e o português TNT, que já este ano editou o muito elogiado álbum Menino de Ouro, com a participação de Carlão e Melo D. Palácio da Independência > 24 nov, sex 19h30-23h
2. Momo
O brasileiro Momo é quase desconhecido em Portugal, onde vive e gravou o disco Vóa. Apaixonou-se pela capital portuguesa há uns meses, ao visitar outro músico brasileiro residente em Lisboa, Marcelo Camelo, responsável pela produção do álbum, no qual conta com amigos que já fez por cá, como Rita Redshoes e Camané. Momo já havia gravado A Estética do Rabisco, Buscador, Serenade of a Sailor e Cadafalso, trabalhos que o elevaram a estrela emergente da nova música popular brasileira. Cinema São Jorge > 24 nov,
sex 20h30-21h20
3. Manel Cruz
Manel Cruz já merecia lugar de destaque na galeria dos notáveis do rock português enquanto líder dos portuenses Ornatos Violeta, que haveriam de se tornar na banda fetiche de toda uma geração. Mas a sua história conta-se também através de projetos como Pluto, Supernada ou Foge Foge Bandido, que ajudaram a construir uma identidade e uma carreira cujo último capítulo foi Estação de Serviço. Para o ano está prometido outro disco, mas enquanto não chega matam
-se as saudades em palco. Tivoli BBVA > 24 nov, sex
22h40-23h40
4. Destroyer
Iniciado ainda na década de 90, como um alter ego a solo do canadiano Dan Bejar, cedo este projeto se transformou num grupo, já com uma longa e multifacetada carreira.
Em especial a partir de Kaputt, o álbum lançado em 2011, com uma original mistura de pop, jazz e soft rock de canções perfeitas como Blue Eyes ou Chinatown, elevando Dan Bejar a estrela no firmamento da música alternativa. Um estatuto ainda mais reforçado com Poison Season, o disco de 2015, e com o recente Ken, lançado há apenas um mês. Coliseu dos Recreios > 24 nov,
sex 22h45-23h45
5. O Gajo
Já lá vão alguns anos desde que João Morais, um guitarrista de créditos firmados no rock underground nacional, enquanto membro de bandas como os Corrosão Caótica, Carbon H ou Gazua, se apaixonou, durante um concerto em Beja, pela viola campaniça. Por ela desligou da ficha a guitarra elétrica e perdeu-se por Lisboa com a nova companheira a tiracolo, em busca das histórias que compõem o álbum de estreia Longe do Chão, editado este ano com o projeto O Gajo.
Ao todo são 11 temas instrumentais, que tanto soam a fado como a punk rock e transportam o ouvinte numa nostálgica visita guiada por essa Lisboa, cada vez mais em vias de extinção, feita de velhos carteiristas, cegos a tocar guitarra e navalhas em ruas escuras. Palácio Foz > 25 nov, sáb 20h-20h50
6. Allen Halloween
Depois de se ter dado a conhecer em 2006, com Projecto Mary Witch, foi com o segundo disco, Árvore Kriminal, editado cinco anos depois, que se consagrou como um dos grandes poetas urbanos nacionais e uma das vozes mais cruas do rap português, que junta o hip-hop com o rock mais pesado. Allen Pires Sanhá, ou Halloween, como é mais conhecido, chega finalmente ao palco de um grande festival, com um espetáculo que serve para apresentar Unplugueto, projeto acústico, de reinterpretações de temas já gravados e de alguns inéditos. Cine-Teatro Capitólio > 25 nov, sáb 22h50-23h50
7. Liars
Pioneiros de pós-punk acompanhado de eletrónica, desde o ano 2000 que a banda nova-iorquina tem desbravado caminhos para a música urbana, reinventando-se a cada álbum. Atualmente, o projeto é quase unipessoal, tendo como mentor e líder o irrequieto vocalista e multi–instrumentista australiano Angus Andrew, que mais uma vez voltou a alargar as fronteiras estéticas dos Liars com o disco TFCF, gravado em isolamento numa ilha ao largo de Sydney. Será um dos concertos mais “fora do baralho” deste Mexefest. Estação Ferroviária do Rossio
> 25 nov, sáb 23h45-00h45