![Serralves 2017 Bienal São Paulo Alicia Barney.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/10969693Serralves-2017-Bienal-S%C3%A3o-Paulo-Alicia-Barney.jpg)
Obra de Alicia Barney, uma das artistas representadas na exposição que inclui, entre outros, nomes como Sónia Andrade, Cecilia Bengolea e Jeremy Deller, Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, Öyvind Fahlström, Leon Hirszman e Lais Myrrha
Leo Eloy
Esta é a segunda vez que a Bienal de São Paulo marca presença em Serralves, reafirmando o compromisso de ambas as instituições com a difusão da arte contemporânea a nível global – mas sempre com a intenção de acrescentar algo ao que foi apresentado, há quase um ano, no Parque do Ibirapuera. “Pensamos que seria interessante repensar o modelo da bienal, usando o património de Serralves para as obras serem experienciadas de forma diferente”, explica João Ribas, diretor adjunto e curador do museu, sobre Incerteza Viva – Uma exposição a partir da 32ª Bienal de São Paulo. Desde logo, foram encomendados cinco pavilhões, cada um com a sua linguagem, para serem distribuídos pelo parque, a ateliês de jovens arquitetos do Porto (depA, Diogo Aguiar Studio, Fahr, fala atelier e Ottotto). “Dá-nos a oportunidade de trabalhar com a arquitetura do Porto num projeto singular, numa encomenda que se relaciona com o contexto único do parque”, acrescenta.
![Serralves 2017 Bienal São Paulo PriscilaFernandes.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/10976453Serralves-2017-Bienal-S%C3%A3o-Paulo-PriscilaFernandes.jpg)
‘Gozolândia’, de Priscila Fernandes
Nestes pavilhões, mas também colocadas isoladamente pelo parque ou patentes no museu, haverá obras que contribuem para uma reflexão sobre o tema que norteou esta edição, a forma como a arte contemporânea desenvolveu estratégias para acolher ou habitar a incerteza. “A arte vive à custa da incerteza, do acaso, da improvisação e, simultaneamente, procura contar o incontável e medir o imensurável. Deixa margem para o erro, para a dúvida e até para os fantasmas e os mais profundos pressentimentos, sem fugir deles nem os manipular. Portanto, não faria sentido tomar os seus inúmeros métodos de raciocínio e execução e aplicá-los a outros campos da vida pública?”, perguntava Jochen Volz, o comissário da 32ª Bienal de São Paulo, num texto que era uma verdadeira exortação da arte enquanto força transformadora da vida.
As questões do ambiente, da precariedade e da ecologia são abordadas pelos 14 artistas presentes, entre eles os portugueses Gabriel Abrantes, Lourdes Castro, Priscila Fernandes, Carla Filipe e Grada Kilomba. Pinturas e esculturas, vídeos e instalações, em que se foca desde a condição dos indígenas (no projeto Vídeo nas Aldeias) à relação entre o ser humano e outras espécies (como acontece no filme O Peixe, de Jonathas de Andrade). Visões do mundo que podem ajudar a lidar com uma vida de incertezas.
Incerteza Viva – Uma exposição a partir da 32ª Bienal de São Paulo > Fundação de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6584 > até 1 mai, seg-sex 10h-19h, sáb-dom 10h-20h > €10