Um dia, Nuno Cardoso, da galeria Objectismo, em Lisboa, encontrou na rua umas capas de livros antigos e lembrou-se de Bela Silva, ligando-lhe a perguntar se não poderia com isso criar alguma coisa. A dois mil quilómetros de distância, em Bruxelas, a artista plástica também andava a trabalhar na mesma temática, ela que todos os dias, a caminho do ateliê, passa por uma feira da ladra e encontra sempre qualquer coisa. Não há acasos, pois.
A história serve para contar como surgiu Facing Forward, título que dá nome à exposição que está, até 16 de dezembro, na Objectismo. “É uma homenagem ao livro e à leitura, e acaba por ser um trabalho diferente do habitual”, diz Bela Silva que, a partir das tais capas e dos papéis que as forram, criou pequenos cenários, habitados por figuras que vai acumulando no seu ateliê – um gorila, uma flor, um tigre, uma bola, uma cabeça com bigode, um cantor francês e outros bichos – muitas em madeira ou em papelão, algumas de plástico e outras de chumbo. A artista joga depois com os títulos que deu a cada um dos 10 teatros imaginados: há Um espelho que dá para um mundo mais colorido, Refeição ou Namoro, Um idílio de verão que dura há muitos invernos ou ainda Somos dois, não te deixo só.
Para dar nome à exposição, Bela Silva escolheu Facing Forward: Poems of Courage, título de um dos livros. “Com tudo o que está a acontecer no mundo, é isso que precisamos. Estar facing forward e ler poemas de coragem. Ter otimismo”
Facing Forward > Galeria Objectismo > R. D. Pedro V, 55, Lisboa > T. 21 347 0050 > até 16 dez, ter-sáb 15h-19h