
Com arranjos inéditos para as suas músicas, Capicua levará o hip-hop um pouco mais além neste concerto no CCB
Afonso Re Lau
Tem sido um ano pródigo em novidades para Capicua, este 2016. Depois do disco infantil Mão Verde, feito em parceria com Pedro Geraldes, dos Linda Martini, a rapper portuense apresenta-se agora, e pela primeira vez, acompanhada em palco por uma banda a sério, ou seja, com instrumentos reais e tocados ao vivo. Um dos nomes mais aclamados do universo hip-hop nacional, Capicua sempre fez da palavra o seu principal cartão de visita, com rimas assertivas e atuais, que a todos tocam de forma transversal e transgeracional.
Tal não significa que a música seja deixada para segundo plano, muito pelo contrário, como facilmente se constata ao ouvi-la, seja em disco ou ao vivo. E foi precisamente para valorizar esse lado musical, tantas vezes subvalorizado, que convidou Sérgio Alves (teclados), Luís Montenegro (baixo, guitarra e sintetizadores) e Ricardo Coelho (bateria) a juntarem-se aos habituais D-One e Virtus nos pratos e M7 nos raps, para um inovador espetáculo, no qual percorrerá o seu repertório sob uma nova perspetiva, com arranjos inéditos tocados por músicos de carne e osso.
Se o hip-hop é feito de experimentação, então, é caso para dizer que, nesta noite, Capicua estará novamente a levá-lo (e a si própria) um pouco mais além.
Capicua > Centro Cultural de Belém > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 26 97 > 2 dez, sex 21h > €7,70 a €15