Será toda a pintura uma arte? Afinal, para quem pinta um pintor? Que limites existem para a pintura? A exposição The Living Wedge, que marca a estreia do alemão Michael Krebber em Portugal e que inaugura este sábado, 15, no Museu de Serralves, coloca-nos todas estas questões, desafiando-nos e levando-nos (quase) ao mesmo confronto permanente que o pintor alemão de 62 anos, natural de Colónia, foi sentindo ao longo da sua carreira.
A centena de obras expostas, produzidas por Krebber desde os anos 80, é “um conjunto de respostas para um problema chamado ‘pintura’, persistente no seu fascínio, obstinado na sua adiada resolução”, lembra João Ribas, curador da exposição e director adjunto do Museu de Serralves.
Pinturas, desenhos e esculturas provenientes de várias coleções privadas e institucionais como o Museum Ludwig (Koln), a Galerie Buchholz, a Greene Naftali (ambas em Nova Iorque) ou o Bonnefantenmuseum (Maastricht), levam-nos pelas hesitações, medos e confrontos de Krebber que, no início de carreira, foi assistente de Martin Kippenberger (Serralves expõe a sua primeira obra, dessa época) e de Georg Baselitz, artistas alemães contemporâneos.
Os seus trabalhos, salienta João Ribas no catálogo da exposição, apresentam “uma linha de convicções interessadas e um arco recorrente de repetições, hesitações, surtos, inícios e reinícios, apresentados ao lado de gestos decisivos, e de muitos modos emotivos e tocantes”. A exposição é organizada em colaboração com a Kunsthalle Bern, em Berna, Suiça, e estará patente até meados de fevereiro.
The Living Wedge > Museu de Arte Contemporânea de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > 15 out-12 fev, ter-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19h > €10