A lista de lugares para visitar, de eventos para ver, de artistas a conhecer melhor, é grande. O artista Cláudio Garrudo e a galerista Ana Saramago Matos, a dupla organizadora da Isto não é um Cachimbo Associação, defenderam bem a sua causa: o Bairro das Artes, que esta quinta-feira, 22, assinala a sua 7ª edição, entre as 19 horas e as 23 horas, cresceu e apareceu como um dos acontecimentos da rentrée cultural de Lisboa. Os números, esse barómetro expressivo, são significativos: este ano, há 21 inaugurações de exposições, 34 espaços associados ao evento, mais de 100 artistas participantes no Bairro das Artes. Arte de rua, desenho, design, escultura, fotografia, gravura, instalação, joalharia, pintura, vídeo, música, mas também cinema, música e literatura, fazem parte da programação. Todas as artes foram convocadas para uma noite de comunhão e de manifesto em prol das artes – e da revitalização das memórias de um quarteirão alargado com pergaminhos na tradição artística e na história cultural, recordam os organizadores.
Também o prazer estético é reinvindicado para este Bairro das Artes: “Sabemos que não há arte sem sentimento e que a estética, enquanto ramo da filosofia, lida com as noções de sublime, feio, belo, valores que cremos estarem intrinsecamente ligados às artes”, defendem Cláudio e Ana. Dentro desta edição, contida entre as coordenadas do Chiado, Princípe Real e Bairro Alto, há lugar para observar, por exemplo, as gravuras da artista modernista Mily Possoz, contemporânea injustamente esquecida de Almada Negreiros, ou para apreciar a coleção DESIGNATURAL de Paulo Parra, na Galeria Tapeçarias de Portalegre; para conhecer 6 artistas da Ásia, na galeria Tereza Seabra Joalharia ou entrar pelo jardim e espaços do Museu Nacional de História Natural e Ciência para observar as peças de cerâmica de artistas como António Vasconcelos Lapa, Beatriz Horta Correia ou Teresa Segurado Pavão; para assistir à projeção do filme autobiográfico Ainda não acabamos, como se fosse uma carta, de Jorge Silva Melo, no Cinema Ideal (às 23 e 30) ou para ouvir a maratona de leituras da Douda Correria e ver a exposição das capas dos livros editados por esta editora no Bar Irreal… Lisboa respira, esta noite.