É já um clássico das noites de verão em Lisboa. A partir desta sexta-feira, 8, e até final do mês, a fachada do Teatro Nacional de São Carlos volta a servir de cenário para o Festival ao Largo, numa oportunidade única para ver e ouvir, ao ar livre, grandes orquestras, cantores líricos, peças de teatro e bailados, sem ter de comprar bilhete.
O maestro Cesário Costa dirige a Orquestra Sinfónica Portuguesa, que inaugura esta sexta-feira, 8, o festival, com Mãos na Pedra, Olhos no Céu, obra composta por Mário Laginha para o filme de João Botelho sobre o Porto, estreada em 2001 na abertura do Porto Capital Europeia da Cultura (o concerto, às 21 e 30, repete no sábado, 9, à mesma hora). Na segunda-feira, 11, apresenta-se a Orquestra Metropolitana de Lisboa, um dos agrupamentos convidados deste ano, que, com a participação de Nuno Silva no clarinete, interpretará o Concerto para Clarinete em Lá maior, K.622, de Mozart. O programa inclui ainda 6.ª Sinfonia, op. 68 em Fá maior, de Beethoven, obra estreada em Viena em 1808 e uma das mais conhecidas da fase romântica do compositor alemão.
Nesta que é a 8ª edição do Festival ao Largo, assinalam-se duas efemérides. O 400º aniversário da morte de William Shakespeare, com a apresentação de Sonho de Uma Noite de Verão, pelos estudantes finalistas do Curso Superior de Teatro e Cinema, dirigidos pela encenadora Cristina Carvalhal (13-14 jul, qua-qui 21h30). No dia 15, sábado, evocam-se os 100 anos do convite do governo britânico a Portugal, para que se juntasse aos Aliados na Primeira Guerra Mundial. No palco vai estar o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, a Orquestra Sinfónica Portuguesa dirigida por Joana Carneiro, a soprano Sara Braga Simões e o barítono André Baleiro, a percorrer as notas Dona Nobis Pacem, de Vaughan Williams. “Uma prece pela paz e um aviso para as guerras que decerto virão”, segundo palavras do próprio compositor.
Desenhada pelas direções artísticas da Companhia Nacional de Bailado e do Teatro Nacional de São Carlos, a programação inclui ainda a ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni (22-23 jul, sex-sáb 21h30) e uma trilogia de coreografias contemporâneas de Balanchine, William Forsythe e Hans van Manen, pela Companhia Nacional de Bailado, nas três últimas noites (28-30 jul, qui-sáb 22h). Pelo meio, haverá mais música, como o concerto de dia 21, que junta dois convidados do Festival Ao Largo. Mário Laginha, de quem já falámos, e a Orquestra Gulbenkian, dirigida por Pedro Neves. Ao Concerto para piano e orquestra com três andamentos, do compositor e pianista português, segue-se a 5.ª Sinfonia em Dó menor, op.67, de Beethoven, fazendo desta outra das noites a não perder no Largo de São Carlos.
Festival ao Largo > Lg. São Carlos, Lisboa > 8-30 jul, 21h30 > grátis