Todos podemos ser parte de um museu, não só como espetadores mas também como atores. É a partir desta ideia que, no final desta semana, a obra de arte Museu, desenhada por Francisco Tropa em 2001 e construída para a primeira bienal de arte contemporânea de Coimbra, que decorreu no final de 2015, se abre à programação pública.
Assim, qualquer pessoa, com ou sem ligação às artes, pode “propor uma ideia de exposição com possibilidade de ser aceite”. Carlos Antunes, diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) e agora também da peça de Francisco Tropa, sublinha que, este será um museu individual construído à escala da cidade, do País e do mundo. Acrescenta que esta é uma obra para receber “qualquer ideia, objeto, texto ou som” e contar uma história, abordar a questão da memória, retratar um acontecimento. Numa proposta bem fundamentada (a enviar para capc.geral@gmail.com), pode até expor o computador pessoal, que “faz a ligação ao mundo e a todos nós”.
A peça de Francisco Tropa, que “é uma obra de arte e um museu experimental”, está instalada na Praça Cortes de Coimbra, na margem esquerda do Mondego. Exposto ao público e com atividade que depende do cidadão, o equipamento cultural tem duas entradas, sendo possível atravessar toda a largura para ver o que as vitrinas mostram – ou vão mostrar, a partir de março, em duas salas. A dimensão do lugar é, aliás, uma das limitações a ter em conta na proposta de objetos a expor, bem como o acesso, feito através de uma pequena escotilha no teto e apenas pelo conservador Laurindo Marta, responsável pelo acondicionamento das peças, bem como pela cenografia de cada objeto, segundo o guião do curador Nuno Porto.