Recuemos aos derradeiros minutos do final da segunda temporada para nos fixarmos na tensão latente que ficou no ar. Após terem sido denunciadas irregularidades na Waystar Royco, a reviravolta provocada por Kendall Roy (Jeremy Strong) – ao acusar publicamente o patriarca Logan (Brian Cox) de ser cúmplice do padrão de abusos sexuais e de direitos humanos da empresa com negócios nos média, entretenimento, parques e cruzeiros – será o rastilho da explosão que esta terceira temporada promete ser.
Com pai e filho de costas voltadas, restam mais três irmãos, Shiv (Sarah Snook), Roman (Kieran Culkin) e Connor (Alan Ruck), diferentes em tudo, exceto na ambição promiscua do poder. Succession está mais sanguinária, numa guerra aberta no seio dos Roy, em que as relações de confiança se quebram a cada diálogo. Impiedoso, Logan atira os filhos aos leões ao mesmo tempo que recebe beijos de Judas. É a representação do pior que o poder traz ao de cima, reforçada por uma banda sonora solene e intimista.
Kendall e Logan montam a sua entourage e ambos disputam a advogada Lisa Arthur (Sanaa Lathan), a mais credível e bem-sucedida no meio, uma “superstar de quem um dia será feito um filme”. Da estratégia de Logan faz parte afastar-se da direção e escolher um novo CEO. Ele prefere um dos três filhos que o apoiam, mas há muitos prós e contras em cada um deles. Uma decisão que afetará membros da família como o marido de Shiv, Tom (Matthew Macfadyen) e o primo Greg (Nicholas Braun), mas também os executivos da Waystar – Royco Gerri (J. Smith-Cameron), Frank (Peter Friedman) e Karl (David Rasche) – e, eventualmente, grande parte do sistema político norte-americano e da economia global. A um elenco já portentoso juntam-se Adrien Brody, como investidor, e Alexander Skarsgård, um desajeitado executivo de tecnologia. Aplauso prévio pela escolha.
Veja o trailer da terceira temporada de Succession
Succession > HBO > Estreia 18 out, seg > 9 episódios, um novo a cada segunda-feira