Ouvimos dizer que o amor move montanhas, mas nunca se provou a sua verdade em tempos de guerra. Em plena Segunda Guerra Mundial, o casamento dos príncipes herdeiros da Noruega, Olav (Tobias Santelmann) e Märtha (Sofia Helin), assemelha-se a um conto de fadas – quebram a tradição de casamentos reais sem sentimento, prezam o bem-estar dos filhos acima de tudo, incorporam na plenitude o sentimento nacional. Tudo parece perfeito até a península nórdica começar a cair nas mãos da Alemanha nazi – a neutralidade da Noruega torna-se apenas uma formalidade para Hitler e obriga a família real a abandonar o país.
Enquanto o príncipe herdeiro se refugia em Londres, a sua mulher abriga-se com os filhos na Suécia e, posteriormente nos Estados Unidos da América – a tendência do rei da Suécia pelas potências do Eixo assim a obriga. Do outro lado do Atlântico, a relação de cumplicidade que já existia entre Martha e Roosevelt (a série abre com a visita oficial dos herdeiros noruegueses à Casa Branca) começa a tornar-se suspeita aos olhos de Olav e da primeira-dama norte-americana, Eleanor.
Entre influências geopolíticas, tensões familiares e ameaças iminentes, a série norueguesa A Travessia, da autoria de Alexander Erik, é um retrato fiel dos desafios do maior conflito da História. Para lá das tentativas de sobrevivência de Märtha na Casa Branca (provocadas pelos anticorpos que cria ao proteger a todo o custo a sua nação), ao longo dos oito episódios, o foco está também no dilema da ama da família real, Ragni (Anneke von der Lippe) – extremamente dedicada aos três infantes, vê-se obrigada a abandonar dois dos seus filhos com o início da ocupação nazi e a fugir do país com a família real.
Pondo a nu o jogo de influências políticas na primeira metade do século XX, esta é a série perfeita para abrir caminho para compreender a influência norueguesa na Segunda Guerra Mundial.
A Travessia > RTP2 > estreou 28 jul, qua > episódios novos todos os dias (8 episódios), 22h