Setenta e cinco prémios e 182 nomeações. É este, até agora, o palmarés de The Handmaid’s Tale, uma série cuja quarta temporada já se estreou na Nos Play com três episódios de seguida. Quem a segue nem fica espantado com 15 Emmys, dois Globos de Ouro e um prémio BAFTA, há muito que os fãs lhe reconhecem a excecionalidade: do enredo, dos diálogos, das interpretações, da beleza da fotografia e da realização. Só os mais distraídos não percebem, na nossa sociedade atual – radicalizada e assustada –, os indícios do mundo distópico que nos traz The Handmaid’s Tale, baseada na obra de Margaret Atwood (o livro correspondeu à primeira temporada, sendo a série, a partir daí, território novo).
Trata-se de uma história que acontece nos Estados Unidos da América, país em parte transformado num outro de nome Gilead, que se constitui numa sociedade totalitária, governada por um regime militar e altamente religioso. O golpe dá-se como reação às baixíssimas taxas de fertilidade em virtude da destruição ambiental; por isso, em Gilead, há um retornar a uma vida quase pré-industrial. As poucas mulheres férteis que existem (porque uma das consequências da destruição ambiental são taxas de fertilidade baixas) são separadas das famílias e colocadas como servas nas casas dos comandantes militares. Na presença das mulheres destes, são violadas repetidamente para que lhes possam dar filhos.
Sejam senhoras ou servas, as mulheres voltam a ser encerradas no mundo doméstico, não trabalham fora de casa, não pensam, obedecem. Pelo menos é isso que aqueles homens querem. Mas há quem fuja a salto para o Canadá, sendo ali refugiado político, e há quem se organize em Gilead, montando uma rede de resistência. Nesta quarta temporada, a protagonista June (interpretada pela magnífica Elisabeth Moss) assume o seu papel como uma das líderes da resistência, depois de conseguir salvar dezenas de crianças, enviando-as para o Canadá. June, uma das mulheres férteis que já serviram mais do que um comandante, apaixonou-se por um guardião (membro da força policial) e está já irremediavelmente amarrada à grande história, tendo um papel fundamental de resistente. No entanto, o foco não se perde: encontrar a filha, que lhe foi roubada, e tirá-la daquele mundo distópico e sufocante.
Veja o trailer da 4ª temporada de The Handmaid’s Tale
The Handmaid’s Tale > Estreou 29 abr, qui (episódio triplo) na NOS Play > Já disponível na paltaforma de streaming Hulu