Narcos está na moda. Desde a primeira temporada que “se fez trinta por uma linha”, conta Pêpê Rapazote à VISÃO Se7e, ao telefone, a partir de Nova Iorque. Novelas e séries, ora colombianas, ora de produção mexicana, telefilmes americanos, até o ator espanhol Javier Bardem esteve em Nova Iorque a vestir a pele de Pablo Escobar. Em Portugal, Narcos é uma das cinco séries mais vistas às 22 horas e, curiosamente, não é na Colômbia que o original da Netflix tem mais audiência. No país do narcotraficante mais conhecido do mundo, diz Pêpê Rapazote, as pessoas “já viveram demasiado a história de Escobar e não perdoam ter sido escolhido um ator brasileiro para a personagem”.
Com a morte de Escobar, no fim da segunda temporada, o ator Wagner Moura sai de cena e os novos dez episódios centram as suas atenções no Cartel de Cali, a organização de tráfico de cocaína mais lucrativa do mundo, que chegou a controlar mais de 90% do mercado. A terceira temporada explora “os senhores de Cali”, os quatro barões da droga, liderados pelos irmãos Gilberto e Miguel Rodríguez Orejuela (os atores Damian Alcazar e Francisco Denis), Pacho Herrera (Alberto Ammann), responsável pela distribuição e segurança, e Chepe Santacruz Londoño, o “nosso” Pêpê Rapazote, que, apesar de ter sido um dos últimos a fechar contrato para entrar nesta nova temporada de Narcos, ganhou “amigos para a vida”. Aos 46 anos, o ator português vai interpretar o papel do bon vivant, marialva com uma boa gargalhada que dirige a rede colombiana de tráfico de droga em Nova Iorque. “A primeira coisa que me disseram sobre Chepe é que ‘ele é maior do que a vida’.”
Para se inspirar, embrenhou-se em livros sobre o cartel de Cali com “histórias inimagináveis, dignas de Oscar”. “Chamavam-lhe o Estudante, era o mais educado de todos. Quando houve uma proibição de éter na Colômbia, fundamental para a refinação da coca, mudou-se para Nova Iorque e teve o desplante de abrir 20 laboratórios mesmo debaixo do nariz dos nova-iorquinos. Fez isso durante 15 anos sem ser apanhado.” Além da história, Pêpê também viu muitas fotografias deste homem maltrapilho, a quem nunca interessaram os luxos. “Tirei alguns maneirismos, ganhei algum peso com roupas dois ou três números acima e mais cabelos brancos”, conta Pêpê. E, quando lhe perguntamos se vai ficar para a quarta temporada, responde: “Não posso dizer”. Ficamos a torcer por ele.
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