Quando o chamaram para apresentar o concurso O Preço Certo, nos finais de tarde da RTP, Fernando Mendes pensava que era uma partida para os “apanhados”. “Nunca na vida pensei apresentar um programa. Fui para a audição e estava de tal maneira à vontade que resultou”, conta o ator que, esta semana, completa 54 anos. Ia a atravessar uma passadeira no Porto quando recebeu o telefonema a dizer que tinha sido escolhido. Fizeram-lhe um contrato de três meses e as audiências dispararam desde o primeiro programa.
É o seu estilo único, num tom bem humorado, que inclui ajudar as pessoas a receberem o prémio final, que o distingue dos restantes apresentadores que o programa já teve – Carlos Cruz (1990/92), Nicolau Breyner (1992/93) e Jorge Gabriel (2002/2003). As lides do teatro dar-lhe-ão o traquejo necessário para improvisar com as 180 pessoas da plateia. Sem se preocupar muito com as audiências, que só costumam estremecer durante o verão, Fernando Mendes reconhece que O Preço Certo é um fenómeno que traça o retrato do país real, do Portugal profundo. “Por ali já passaram desde advogados, padres, médicos e muitos desempregados. Gosto de dar oportunidade a quem vem de tão longe tocar o seu acordeão, por exemplo”, diz.
A verdade é que, 14 anos e três mil programas depois (vai haver um programa especial no próximo domingo, 12, emitido a partir de Lamego), continua entusiasmado, pois todas as emissões são diferentes. “A dinâmica do programa vive muito dos concorrentes. Se eles são castiços, isso ajuda-me”, conta o apresentador que ali tem ouvido os melhores elogios da sua vida. “Gosto de dar. Só não lhes levo o prémio a casa porque moram longe.”
Ao longo de mais de duas horas, além do concurso habitual, O Preço Certo especial número 3000 contará com as atuações musicais de Marco Paulo, Mickael Carreira e Augusto Canário, para uma plateia de 1 500 pessoas, no Multiusos de Lamego.
O Preço Certo > 12 mar, dom 21h15