1. Biblioteca pessoal
“Tenho uma relação muito especial com livros. É impossível passar à porta de uma livraria, especialmente de alfarrabistas, sem entrar. Não no sentido de os colecionar, mas de desenvolver um determinado tipo de bibliotecas: alimentação, em especial a sua história, e sobre Trás-os-Montes ou de autores transmontanos”, conta o gastrónomo nascido em Bragança.
2. Devorar livros
Virgílio Gomes diz que “ler é quase como ter de comer ou de beber, com uma disciplina diária”, confessando ter sempre três ou quatro livros iniciados. “Terminei agora o livro de contos O Caminho do Burro, de Paulo Moreiras; comecei a ler O Rapaz do Douro, de Jeannine Johnson Maia, e estou a digerir La Cuisine de Marguerite, de Marguerite Duras.”
3. Índia e Marrocos
As viagens sempre fizeram parte da vida de Virgílio. Além de conhecer bem Portugal, ilhas inclusive, “viajar pelo mundo tem sido um prazer constante”, não abdicando de visitar Marrocos com regularidade. O país de que mais gostou foi a Índia, onde ainda espera fazer uma estada prolongada. “Todos os portugueses deveriam conhecer Goa e entender como a nossa presença alterou a ordem e a cultura portuguesas naquelas paragens.”
4. Douro vinhateiro
“Fico sempre muito consolado quando atravesso o Douro vinhateiro. Esta paisagem marcou-me, desde a juventude, e ali encontro o conforto e a sensação de estar em casa. Nunca me cansa e faz-me sentir o esforço humano numa transformação da Natureza, na qual todos ganham e onde encontramos o que se poderia chamar o equilíbrio perfeito.”
5. Cozinha simples
A comida e a escrita fazem parte do quotidiano do gastrónomo. “Gosto de experimentar tudo. Já foi tempo de animais estranhos; cada vez mais gosto de cozinha simples e bem preparada. Nos restaurantes, incomoda-me que proponham um prato com características bem conhecidas e não cumpram. Se querem introduzir ruturas, e não evolução, então alterem-lhe a denominação.”
6. Doçaria
“Descobri que me dá mais prazer escrever sobre doces do que sobre salgados”, diz Virgílio Gomes, autor de vários livros sobre alimentação e gastronomia. Frequentemente, dá conselhos aos doceiros e pasteleiros para fazerem mais uso da nossa doçaria popular ou de romarias. “Não é só a doçaria rica ou mais dispendiosa que faz uma grande sobremesa”, defende.