É por entre ruelas estreitas e irregulares que o itinerário de arte urbana continua a ganhar paredes, e de que maneira, na Covilhã. O legado histórico da indústria têxtil, o património cultural, as lendas, a fauna e a flora da Serra da Estrela já inspiraram 37 murais criados no âmbito do festival Wool, que regressa ao centro histórico da cidade beirã neste sábado, 19. “O formato é idêntico a anteriores edições, mas por razões de segurança será tudo muito mais controlado”, garante Lara Seixo Rodrigues, responsável pela organização do festival, em conjunto com Pedro Seixo Rodrigues e Elisabet Carceller.
Os artistas espanhóis Jofre Oliveras, que trabalha a arte como instrumento de transformação social, e Alberto Montes, com criações inspiradas na pintura clássica, e os portugueses Tiago Galo, ilustrador, e Catarina Glam, artista visual focada em desenvolver esculturas e instalações públicas, estão entre os convidados da sétima edição do Wool, o mais antigo festival de arte urbana do País. Fundado em 2011, o Wool vai muito além do pintar paredes na rua e procura, diz Lara, “prestar um tributo à história da Covilhã ao mostrar um olhar artístico renovado sobre este singular território”.
Não há golfinhos, ondas ou estrelas do mar nestes murais, pois, cada trabalho surge inspirado pela essência do lugar, da região, pelas artes e pelos ofícios locais. “Não são peças decorativas, contam uma história, refletem sobre uma determinada problemática”, sublinha Lara. Todo o percurso vai muito além da pintura, e, claro, dialoga com a população que se revê nas temáticas desenhadas e nesta estética urbana. “As obras concentram-se num pequeno raio do centro histórico, sem se atropelarem, sendo facilmente visitáveis a pé”, garante a responsável.
Além de pintura de murais, que poderá ser acompanhada ao vivo, e de peças tridimensionais instaladas em seis ruas do centro da cidade, no programa surgem atividades paralelas que “procuram envolver a comunidade”. Entre elas, estará a estreia nacional do documentário Martha: A Picture Story, da australiana Selina Miles, para ver no Pena d’Água Boutique Hotel (25 set, sex 21h15), e a exposição Serra ao Alto, de Rui Gaiola, com fotografias captadas, em diferentes épocas do ano, no ponto mais alto do continente, para ver, ao ar livre, na Rua 6 de Setembro. Haverá ainda conversas com artistas na Casa das Muralhas, workshops e visitas guiadas a pé (25-27 set, sex-dom 16h30) e de tuk tuk (26-27 set, sáb-dom 15h30, 19h) pelos novos murais pintados de fresco na zona histórica da Covilhã. O melhor mesmo é ir ver de perto as novas cores da cidade beirã.
Wool – Covilhã Arte Urbana > Centro histórico da Covilhã > 19-27 set > visitas guiadas €2