No livro The World’s Most Beautiful Libraires, com fotografias do italiano Massimo Listri, editado pela Taschen, podemos encontrar a Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra. Esta é apenas uma das menções que a ela se fazem, muitas outras publicações nacionais e internacionais distinguem-na, quer pela sua beleza quer pela riqueza do património que guarda nas estantes de madeira. Mais do que um motivo de orgulho, e um regalo para os nossos olhos, é um verdadeiro repositório do saber.
“É uma biblioteca conventual notável, formada a partir de encomendas joaninas”, diz Mário Pereira dos Santos, diretor do Palácio Nacional de Mafra, recuando ao século XVIII, data de fundação, quando “D. João V enviou emissários por toda a Europa para comprar grandes bibliotecas de importantes colecionadores.” Ali, “vivem” cerca de 36 mil volumes, desde o século XV ao XVIII, dedicados a ciências (Medicina, Física, Matemática, Astronomia), literatura de viagens, botânica, clássicos e religião, entre outras áreas. A biblioteca, que se observa apenas da entrada e cuja consulta requer autorização prévia, destaca-se ainda pelo núcleo composto por cerca de mil livros proibidos, como os ensaios de Montaigne e a primeira edição das obras completas de Gil Vicente. “Este núcleo é o coroar da Bula do Papa Bento XIV, que institui a biblioteca e a autoriza a ter livros proibidos”, explica Mário Pereira dos Santos. Atualmente estão a desenvolver um estudo para saber a origem destes livros: “Queremos descobrir quem eram os seus proprietários e como vieram parar a Mafra.”
Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra > Terreiro D. João V, Mafra > T. 261 817 550 > seg, qua-sex 9h30-13h30, 14h-16h (consulta por marcação prévia)